A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pretende organizar em cooperativas os trabalhadores de assentamentos brasileiros. “Vamos tirar esse pessoal do cabresto da pobreza, que só trabalham para sua sustentação, queremos que eles tenham renda, possam ficar ricos”, disse, em entrevista exclusiva à Jovem Pan.
De acordo com a ministra, o Brasil tem 90 milhões de hectares em assentamentos – o que equivale a 900 mil quilômetros quadrados. “Cooperativados podem melhorar de vida”, afirmou. Entre as prioridades que elenca para a gestão que se iniciou neste mês, estão aumentar e facilitar créditos, baratear a infraestrutura e melhorar o seguro rural.
“Hoje nós temos um problema de crédito, que precisa ser [concedido] de maneira abundante e mais facilitada para o grande e para o pequeno agricultor, com juros razoáveis. Aí entra o ministro [da Economia] Paulo Guedes, para poder fornecer esses instrumentos para produzir mais. Hoje a infraestrutura é caríssima e falta chuva.”
Entre outros objetivos do governo do presidente Jair Bolsonaro está “atrair e trazer o jovem de volta ao campo”, já que a população que trabalha nesse universo está envelhecendo. “A agricultura familiar precisa de todo o apoio e temos que incorporar a isso os assentamentos. Vamos colocá-los na produção, com dignidade, sem precarizar.”
Autocontrole
Outro projeto que Tereza Cristina pretende implantar é um modelo de autocontrole. “Estamos construindo junto com a iniciativa privada. Nele, cada um tem a sua responsabilidade. A empresa, por aquilo que produz. Nós, pelo antes e o depois. Mas precisamos conversar com os nossos mercados para ver se eles aceitam”, explicou.
O mercado a que a ministra se refere é composto pelos países com os quais o Brasil mantém relação comercial, como os Estados Unidos e também a União Europeia. Segundo ela, aliás, esse modelo autocontrole já é praticado no velho continente. “Vão falar que vamos deixar de controlar [a produção]. Não. Cada um vai ter sua responsabilidade.”
Gisele
Tereza Cristina também falou sobre críticas que a modelo Gisele Bündchen estaria fazendo ao agronegócio brasileiro em relação à preservação ambiental. “Desculpe, Gisele, você deveria ser nossa embaixadora e dizer que seu país preserva, que está na vanguarda de preservação e não ‘meter o pau’ sem conhecimento de causa.”
Para a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, críticas são ruins para a imagem do País do exterior e nem sempre são verdadeiras. “É um absurdo o que fazem com o Brasil. São maus brasileiros. Existem pessoas ruins em todos os setores, mas a maioria dos produtores preserva. Se tem áreas preservadas, é porque o produtor preservou.”