Por Magno Martins
Com uma pesquisa no meio da semana, aguardada com expectativa, o quadro sucessório no campo da oposição está demorando a clarear. Já passou do tempo, aliás, para a construção de uma suposta unidade que está sendo moldada entre as candidaturas de Mendonça Filho, do DEM, e Daniel Coelho, do Cidadania. O bloco oposicionista é composto por sete legendas – DEM, Cidadania, PL, PSL, PTB, PSC e PSDB. Pelo que apurei, DEM, PSDB e PTB estão alinhados com Mendonça, enquanto Cidadania, PL e PSC com Daniel. Falta definição do PSL, sob o comando do presidente nacional da legenda, Luciano Bivar.
Bivar desempata, mas ele se recusa a fazer a sua opção, seja em favor de Mendonça ou Daniel. Alega que é amigo de ambos e que está colocado numa situação bastante difícil e desconfortável. Acha que isso é um procedimento que envolve uma decisão conjunta de todos os partidos envolvidos e não colocando o PSL no canto da parede. Bivar chegou a admitir que acabe levando o seu partido a lançar candidatura própria para garantir uma chapa de vereadores com assento na Câmara Municipal. O problema, para o PSL, é encontrar esse prefeiturável.
O único nome do partido, na verdade, é o dele, que já chegou a ser colocado na vitrine quanto aliado do presidente Bolsonaro. As oposições formam, hoje, um belo conjunto partidário, com o maior tempo de televisão para a propaganda eleitoral, devido à perda do PT no arco de alianças com o PSB. Se sair um candidato consensual, de fato, agregando todas essas forças, este se transforma competitivo, com chances de chegar ao segundo turno.
Um segundo turno, hoje, que tenderia ser disputado entre o candidato da máquina, o deputado João Campos, do PSB, com a candidata de clichê de esquerda, a também deputada federal Marília Arraes. Esse bloco de oposição sairia, ainda, desafiado a quebrar a polarização que se observa nas pesquisas. Há quem interprete, dentro deste mesmo grupo, que Marília não pode ser considerada no arco da oposição, mas dissidente do PSB, já que militou no universo socialista por muito tempo.
Teoricamente, é uma tese até compreensível. Mas o representante deste bloco da oposição encara ainda o desafio de roubar o eleitorado de Marília, que segundo aliados do PSB, estaria no mesmo universo de João Campos. Na prática, segundo esses observadores, o eleitor de Marília não é o eleitor do PT, mas daqueles que estão desapontados com o PSB.