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Última cartada: Dilma discute reduzir ministérios e se reaproximar de Cunha

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Presidente promete fazer o que nunca fez: ‘atender’ os partidos. Dilma amanheceu este domingo pedalando a sua bike.

Por Claudio Humberto/Diário do Poder/Brasília

A reunião convocação pela presidente Dilma Rousseff neste domingo, e concluída há pouco, foi resumida em uma frase pela assessoria de um dos seus principais personagens: “Foi só para concluir que a situação está pretíssima”. A reunião pode representar para Dilma sua última cartada para resolver a crise política e viabilizar sua permanência no cargo.

A discussão da coordenação política do governo discutiu o esfacelamento da base de apoio parlamentar do governo e o agravamento da crise política, que levou Dilma a preparar a minuta de sua carta-renúncia, e opções para resolvê-la. A presidente prometeu conversar com cada um dos líderes partidários governistas e zerar as chamadas “pendências”.

A presidente voltou a prometer aos ministtrros que está disposta a fazer finalmente o que jamais fez: dar consequência às negociações políticas realizadas pelo vice Michel Temer e em seguida sempre desautorizadas, além de questões políticas mais concretas, como reduzir de 39 para 24 no número de ministérios, como propõe o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com quem se sentará uma reaproximação.

Durante as três horas do encontro, discutiram-se também estratégias para reagrupar partidos que estão se desgarrando da bancada governista no Congresso, como PP, PDT e PTB.

Além do vice Michel Temer, foram convocados os ministros da chamada área política – Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Nelson Barbosa (Planejamento), Jaques Wagner (Defesa) e Edinho Silva (Comunicação Social), exatamente os mesmos que não conseguiram evitar novas derrotas do governo na Câmara – e mais ministros de outras áreas, como Transportes e Comunicações, que representam seus partidos na equipe da presidente.

Dilma amanheceu este domingo pedalando a sua bike, nas imediações da residência oficial do Palácio do Planalto, mas, apesar de dizer que já não lê jornais, começou o dia sobressaltada por duas importantes entrevistas. Uma delas foi a do amigo e confidente Frei Betto ao jornal Folha de S. Paulo, em que ele afirma temer que ela renuncie por não suportar enfrentar os três anos que restam de seu mandato. E ao jornal Correio Braziliense, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto, ex-petista, hoje um dos mais admirados juristas do País, afirmou que Dilma já não reúne as qualidades indispensáveis a um presidente e sugere que sua renúncia pode ser a melhor solição. Ao final da manhã, ela mandou convocar os ministros para a reunião iniciada às 19h.

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