Michel Temer vai ficar preso até pelo menos terça-feira quando o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa dele será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça.
O ex-presidente está na sede da Polícia Federal em São Paulo, no bairro da Lapa, na Zona Oeste da cidade.
Como o prédio não conta com uma sala de Estado Maior, foi necessário adaptar um espaço de cerca de 20 metros quadrados usado para reuniões e videoconferências.
Para receber o emedebista uma cama foi instalada no local; já o banheiro designado a Temer fica em outro ponto.
Assim como fez o amigo José Batista Lima Filho, o coronel Lima, Michel Temer se apresentou à PF nesta quinta-feira.
A prisão foi decretada após o Tribunal Regional da Segunda Região revogar um habeas corpus concedido aos dois.
O emedebista é suspeito de receber 1 milhão de reais de propina por meio de um contrato da Eletronuclear, responsável pela construção da usina nuclear de Angra 3.
E já tinha sido preso preventivamente em março após uma decisão do juiz Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro.
Para o advogado do ex-presidente, Eduardo Carnelós, a detenção de Temer é ilegal.
O novo pedido de habeas corpus protocolado pela defesa do emedebista no STJ vai ser analisado pelo colegiado da Sexta Turma.
Eduardo Carnelós está otimista quanto a um resultado favorável a Michel Temer.
O TRF-2 autorizou que tanto Michel Temer quanto o coronel Lima sigam presos em São Paulo e não no Rio de Janeiro, onde ficaram em março.
Enquanto o ex-presidente está na sede da PF, José Batista Lima Filho foi levado para o Presídio Romão Gomes, da Polícia Militar, na Zona Norte de São Paulo.
O emedebista é réu em outros 5 processos; um deles apura o recebimento de propina para a alteração das regras de concessão do setor de portos para beneficiar empresas.
A Justiça Federal de Brasília mandou bloquear mais de 32 milhões de reais em bens de Temer, do coronel Lima e de Carlos Alberto Costa, sócio de Lima.