De acordo com o depoimento, Valério teria ouvido de um empresário de Santo André que o ex-presidente foi o mandante do assassinato
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou, por meio das redes sociais nesta sexta-feira (25), não estar surpreso com a acusação de Marcos Valério de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria um dos mandantes do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. A revista Veja obteve o depoimento que Valério prestou ao Ministério Público de São Paulo. De acordo com o depoimento, Valério teria ouvido de um empresário de Santo André que o ex-presidente foi o mandante do assassinato.
“Marcos Valério alega que o corrupto presidiário Lula é um dos mandantes do assassinato de Celso Daniel! Surpreso? Não!”, escreveu Bolsonaro, que cumpre agenda internacional na China.
A deputada do PSL Carla Zambelli (SP) também aproveitou para comentar o assunto: “Documento obtido pela @VEJA mostra que Marcos Valério apontou o presidiário como MANDANTE DO ASSASSINATO de Celso Daniel. Péssima hora para o @STF_oficial soltá-lo, não acham?”, disse referindo-se ao julgamento da prisão antecipada da pena após decisão em em segunda instância que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-prefeito foi morto a tiros, há 17 anos. Ele foi sequestrado em janeiro de 2002, após sair de um restaurante em São Paulo acompanhado do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra. O corpo foi encontrado dias depois.
Segundo a Veja, o relato de Valério foi de que um empresário que chantageou graduados do PT teria dito que iria implicar Lula como ‘cabeça’ da morte do petista. Diante da ameaça, o ex-secretário-geral da Presidência Gilberto Carvalho, um dos alvos da chantagem, teria procurado Valério e pedido ajuda para “resolver” o problema.
No depoimento, de acordo com a Veja, Valério disse ter se encontrado com Lula e dito que resolveu o problema. “Eu virei para o presidente e falei assim: ‘Resolvi, presidente’. Ele falou assim: ‘Ótimo, graças a Deus’”.
A conclusão da Polícia Civil é de que a morte do prefeito é vista como um crime comum. Já o Ministério Público, porém, sustentou que houve motivação política e a investigação ainda segue em curso.