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Sucessão em Pernambuco

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Foto: reprodução

Por José Nivaldo Junior

O governador Paulo Câmara esteve com Lula e, aparentemente, firmou entendimento para conduzir o processo e definir o candidato a governador de Pernambuco. Um golaço. Danilo Cabral é o favorito e, provavelmente, será ungido. Falta bater o prego e virar a ponta. Paulo Câmara surpreende pela capacidade de conduzir o jogo na maciota. Cada vez mais no estilo que foi marca registrada de Marco Maciel, mantém o suspense. Afinal, axioma do macielismo, quem tem tempo não tem pressa.

Nenhum dos pré-candidatos governistas pontua bem nas pesquisas. Contudo, o PSB aprendeu a fazer eleições em Pernambuco. E é certo que quando a máquina entrar em campo e a moldura política nacional for fixada no processo eleitoral, qualquer que seja o candidato estará credenciado para disputar o segundo turno. A única possibilidade, remota, dessa articulação dar errado é o PT não formar federação com o PSB. Pernambuco era apontado como um entrave. Foi removido ontem. Resta São Paulo como pedra no caminho. O PSB resiste em abrir mão da candidatura de Márcio França. O PT quer porque quer eleger Fernando Haddad. Por que essa fixação?

Afinal, para quem pensa que Lula já conquistou tudo, ele carrega um calo, e quer remover: o PT já elegeu quatro presidentes da República, mas nunca um governador de São Paulo. Lula quer lavar a alma em outubro, fazendo os dois. Ele mesmo, presidente e seu pupilo favorito governador do Estado que, se fosse um país, seria o segundo da América Latina. Atrás apenas do Brasil. Esse é o desafio que Lula se propôs. Uma volta realmente por cima, para lavar com votos sua biografia e encerrar a carreira em grande estilo. Daqui a 9 anos, naturalmente. Esse é o projeto.

De 1978, quando comecei a trabalhar com marketing político, até hoje, nunca duas eleições consecutivas aconteceram com a mesma regra. Os governos militares inauguraram o chamado casuísmo, uma regra diferente para tentar vencer cada eleição. Fizeram escola. Os parlamentares, por pressão da opinião pública (raramente) ou em busca de melhores condições para preservar seus próprios mandatos ou conquistar objetivos mais altos, estão sempre mudando as regras do jogo. Sem contar a livre interpretação que a justiça eleitoral sempre dá um jeito de emplacar, para mostrar que também é um Poder do Estado. Este ano, duas grandes novidades: as federações partidárias e verbas públicas inéditas para financiar o pleito.

As federações começam a fazer efeito logo agora, as verbas vão influir na caça ao voto. As federações estão sendo articuladas, embora não se saiba se começam a vigorar em março ou agosto. E estamos em pleno fevereiro. Pela nova regra, partidos podem se coligar nacionalmente. Nesse caso, apresentarão chapas comuns em todos os Estados, nas eleições para deputado. E vão funcionar como unidade por quatro anos. Uma federação não pode apresentar mais de um candidato a governador ou senador, embora possa formar chapa majoritária com partidos ou federações diferentes.

Essa inovação ainda meio confusa está travando o processo de decisão. Em Pernambuco, a oposição não tem certeza de nada. Hoje mesmo o presidente do PSDB defende uma improvável federação com o MDB. Mas vá que aconteça. Muda tudo, pelo menos em Pernambuco e na Paraíba.

O movimento Levanta Pernambuco, conduzido pelos prefeitos Anderson Ferreira (PL) e Raquel Lyra (PSDB) é um sucesso. Porém a chapa dos dois depende das decisões nacionais.

Já o União Brasil, em vias de ser oficializado, correu para demarcar território. O ex-ministro da Educação Mendonça Filho, uma das mais importantes figuras da nova sigla, falou, hoje, na Rede Pernambuco de Rádios. Entrevistado por Alberes Xavier, ressaltou o esforço para haver uma coesão entre as oposições no estado. “Precisamos ampliar e unir a oposição. Temos nomes que eu respeito bastante como Raquel Lyra, prefeita de Caruaru. Bem como Anderson, prefeito de Jaboatão dos Guararapes.  Nós vamos trabalhar de forma articulada para podermos ter o melhor caminho com relação ao futuro de Pernambuco”, disse.

Depois do agrado, cravou: “Minha opção é Miguel Coelho para Governador de Pernambuco”. Disse tudo em poucas palavras.

E a direita? Acredita no potencial do presidente Bolsonaro, mas também está limitada, esperando definições nacionais. Para não ficar de fora, um dos seus porta-vozes não perdeu tempo: o antídoto da direita é Gilson Machado Neto, o ativo ministro do Turismo.

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