Presidente da Unafisco Nacional, Mauro Silva afirma que diminuição de recursos do órgão para reajuste de policiais federais fez ‘pressão chegar ao limite’
Os auditores da Receita Federal iniciam paralisação nacional a partir desta segunda-feira, 27, em protesto pelo corte de R$ 1,2 bilhão na verba destinada ao órgão, segundo planejamento do Orçamento de 2022. A decisão acontece após descumprimento de acordo por parte do governo federal e a destinação de recursos da Receita para custear o reajuste salarial dos policiais federais. Além da paralisação, há um movimento para a entrega de cargos no órgão, com mais de 600 pedidos de exoneração de auditores. A avaliação, no entanto, é que a situação pode ser revertida “rapidamente” e depende apenas do presidente Jair Bolsonaro. “A solução está na mão do presidente Bolsonaro. Tem lá um decreto nas mãos dele, basta que ele assine o decreto para que as receitas orçamentárias que eram da Receita e foram retiradas retornem”, afirma Mauro Silva, presidente da Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil).
“Os auditores têm acordo com o governo desde 2016 e que não foi cumprido. O que vai acontecer nos próximos dias é que todo fluxo vai parar, o atendimento provavelmente deve paralisar também. Sem assinaturas, sem chefes, naturalmente todo trabalho da Receita Federal acaba paralisado”, explica Mauro, que cita as principais funções desempenhadas pelo órgão e que podem ser afetadas: controle aduaneiro de portos e aeroportos e a fiscalização da arrecadação federal. Segundo ele, a previsão é que a paralisação da Receita Federal seja encerrada apenas com o cumprimento do acordo e a readequação dos recursos. “Não só porque foi proposto reajuste apenas para a categoria dos policiais, mas esse espaço [no Orçamento de 2022] foi encontrado cortando recursos da Receita Federal, aí chegamos no limite.”