Estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) aponta que das 147 empresas entrevistadas, 58,50% buscaram crédito, mas 84,15% delas não conseguiram ter acesso ao recurso. Isso confirma que as medidas anunciadas pelo Governo Federal e pelo Banco Central ainda não estão chegando ao setor produtivo. A pesquisa foi realizada os dias 16 e 20 de maio e contou com a colaboração de 147 respondentes.
Do total que buscou crédito, 59,3% são pequenas; 23,2% são de médias; 10,5% são de micro; e 7% são de grandes empresas. “Este é um dos piores cenários, porque os pequenos negócios são os que mais precisam de recursos neste momento, pois eles já trabalham com um fluxo de caixa reduzido e com um planejamento também mais limitado”, analisa o gerente de Relações Industriais da FIEPE, Maurício Laranjeira.
Ele lembra que, de todos os aspectos debatidos nesta pandemia, o crédito é fundamental porque mantém o mínimo de capital de giro na empresa. “O que, de certo modo, torna capaz de segurar os empregos e de dar fôlego até que o cenário volte a sua normalidade”.
Entre os setores que mais buscaram por linha de crédito, estão a construção civil (30,5%), indústria têxtil (11,1%) e indústria de alimentos (9,7%).
Dentre as dificuldades apontadas durante a solicitação, destacam-se que o limite disponível era abaixo do pretendido para 69,23% dos entrevistados, seguido do excesso de exigências por certidões negativas (46,15%), exigências de garantias e excesso de burocracia (30,77%). “Perceba que são muitos entraves, e isso pode estar acontecendo pelo fato de os bancos estarem com receio de emprestar seus recursos com medo de calote. O Governo precisa dar garantias suficientes para deixar as instituições financeiras confortáveis ao ponto de flexibilizarem para as empresas”, frisou Laranjeira.
Ainda conforme a pesquisa, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) foram as instituições financeiras mais procuradas pelas indústrias pernambucanas durante o processo de acesso a crédito, com 53,66% e 51,22% das respondentes, que, aliás, também foram as que mais negaram crédito para as empresas pesquisadas.