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“A sensação de bem estar está aumentando”, diz ministro da Fazenda Henrique Meirelles

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Para Meirelles, vencer o desemprego “é uma questão de tempo”

Por Jovem Pan / Foto: Agência Brasil

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse que o brasileiro vive um “aumento gradativo da sensação de bem estar” em relação à economia.

“A sensação de bem estar está aumentando, estará um pouquinho melhor depois do Natal, estará um pouquinho mais clara e perceptível em meados de março”, projeta Meirelles, que cogita deixar o governo no final de março para se candidatar à Presidência em 2018.

O braço-direito de Michel Temer na economia, no entanto, ressalta que alguns “dados concretos” ainda não refletiram melhora na percepção popular, como o desemprego.

“Existem alguns dados concretos e existe a questão da percepção. Foram criados mais de um milhão de empregos na economia brasileira”, disse.

“Os empregos estão sendo criados”, garante o ministro. “Outra questão é aquelo que se chama internacionalmente de sensação de bem estar, que ainda não está consolidada e estabelecida para a maioria das pessoas”, ponderou.

Sobre o desemprego, Meirelles acredita que os números ainda são altos porque “uma série de pessoas que estavam fora do mercado de trabalho voltou ao mercado de trabalho para procurar emprego”. Ele lembra que a pessoa só é contada como desempregada quando está procurando emprego e não quando está “em casa, desanimada”.

“Objetivamente existe ainda um grande número de desempregados”, reconhece Meirelles. Ele pensa, no entanto, que resolver o alto desemprego “é uma questão de tempo porque o crescimento da economia está estabelecido, está instalado”.

Reforma da Previdência

Sobre a reforma da Previdência, principal objetivo da política econômica do governo federal atualmente, Meirelles diz que “o momento é agora” para se votar a proposta que dificulta as regras de acesso à aposentadoria.

“No momento em que não for votada em fevereiro ou março, (a reforma da Previdência) teria que ser feita pelo próximo governo, e depende de quem for eleito”, afirmou o ministro, destacando que isso não é “algo previsível”.

“Por isso (questão eleitoral) estamos fortemente recomendando de fazer essa votação em fevereiro de 2018”, destacou. “O importante da reforma da Previdência é a aprovação da reforma, mais do que a data”, disse ainda Meirelles.

O ministro classifica como “um processo normal” as demandas de determinados setores, “em especial no serviço público”, que, segundo Meirelles, “tem maior capacidade de mobilização”, para mudanças no projeto de alteração da aposentadoria.

Meirelles garante que o objetivo do governo é “manter o projeto como está”, mas destaca que “o Congresso Nacional é soberano” e cabe a ele discutir mudanças na reforma.

Outras mudanças

O ministro da Fazenda destacou outros projetos da economia que são prioridade para 2018. “A reforma tributária está em andamento para simplificar o pagamento de impostos no Brasil”, disse. Outra mudança é a automação de pagamentos trabalhistas e obrigações tributárias por meio do portal E-social, que “já está em implantação”.

Segundo Meirelles, uma empresa gasta 2.600 para pagar suas taxas e o objetivo é “cortar o tempo em 70%”. Meirelles também quer diminuir o tempo necessário para abrir uma empresa no País, dos atuais 100 dias para “sete dias, cinco, depois três dias”.

O ministro citou ainda projetos já aprovados, como a reforma na área de crédito com a duplicata eletrônica e o cadastro positivo, já aprovado na  Câmara e no Senado, em que bons pagadores passam a “receber prêmio por isso, e não pagar pelos maus pagadores”. Segundo o ministro, hoje já há a possibilidade de diferenciar os pagadores”.

A última medida citada por Meirelles é um portal do comércio exterior, que visa a facilitar e diminuir os tempos de importações e exportações.

Para Meirelles, “o problema não é apenas voltar a crescer”.

O ministro da Fazenda cita que a média de crescimento brasileiro é de 2,5% nos últimos 25 anos. Ele avalia que, se for aprovada a reforma da Previdência, é possível retomar essa média de alta do PIB nos próximos anos.

Com as mudanças na aposentadoria mais as reformas listadas, no entanto, o ministro Henrique Meirelles vê a possibilidade de aumentar o crescimento para 3,5% a 4% ao ano.

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