Partido dos trabalhadores aprova a MP que muda o seguro-desemprego e trai quem lhe elegeu.
O Globo
BRASÍLIA – Em votação apertada e com dissidências na base, o Senado aprovou na noite desta terça-feira a Medida Provisória 665, que endurece as regras para o pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial. O governo venceu a batalha por apenas sete votos de vantagem: o texto foi aprovado por 39 votos a favor e 32 contra. A MP foi aprovada sem alterações, com o mesmo texto já chancelado pelos deputados, para evitar que ela voltasse à Câmara. Agora, o texto vai à sanção da presidente Dilma Rousseff.
A oposição, no entanto, avisou que vai ao Supremo Tribunal Federal questionar a regra que prevê um abono salarial proporcional ao tempo trabalhado pelo empregado. A oposição e integrantes da base aliada, como senadores do PT, dizem que a proporcionalidade é inconstitucional, porque o abono teria que ter o mesmo valor do salário mínimo, como era antes da edição da MP.
Os partidos que encaminharam a favor da MP 665 foram PMDB, PT, PP e PCdoB. Encaminharam contra o PSDB, DEM, PSB, PTB, PPS, PRB. PSC e PSOL. O PDT, que havia votado sim na admissibilidade, liberou a bancada no momento do mérito.
No PT, votaram contra a MP os senadores Paulo Paim (PT-RS), Walter Pinheiro (PT-BA) e Lindbergh Farias (PT-RJ).
Após o fim da votação, o senador Paulo Paim disse que essa foi uma das piores noites de sua vida e anunciou que deve pedir uma licença do mandato. Ele também pediu que as ruas se mobilizem contra essas medidas aprovadas.