Por Cidinha Medrado
O Banco Central abriu no final de maio as inscrições para um programa de educação financeira, um trabalho inédito no Brasil e até o fim de 2022 quer formar cerca de 22 milhões de alunos brasileiros de escolas públicas do Ensino Fundamental sobre orçamento familiar, poupança e crédito. O governo investiu cerca de R$ 11 milhões no projeto, ‘Aprender Valor’, que tem o objetivo de apoiar Secretarias de Educação e escolas na implementação do ensino da educação financeira e da educação para consumo, já está sendo implementado em caráter experimental em todas as regiões do País. O especialista em banco de varejo e economia, Valdir Alencar, elogiou nessa segunda-feira (21) na Arari FM, a iniciativa, mas criticou a demora a aparecer nas escolas brasileiras este tipo de programa.
“É uma decisão sem precendentes na América do Sul, mas eu venho defendendo isso há muito tempo. Não temos outra saída a não ser a educação financeira, e é a principal educação que um homem pode levar para sua vida, agora o BC desenvolve um projeto fantástico, estará em experiência nas escolas estaduais no segundo semestre de 2021, mas Pernambuco não foi incluso nesta primeira experiência”, queixou-se Valdir
Para Valdir o resultado será proveitoso, a partir do momento em que os estudantes treinem o que aprenderem com a família e tratem sobre endividamento, falando em casa sobre crédito, débito, empreendedorismo e conhecendo a rotina dos bancos em relação às finanças.
“Se tivesse adotado isso há 20 anos atrás, hoje o Brasil seria outro país”, disse ele.
O especialista também comentou que é ideal dar autonomia ao Banco Central. Em termos simplificados, a autonomia do Banco Central significa que o órgão e seus diretores têm liberdade para executar as políticas monetárias sem interferência do governo. Mas a autonomia do Banco Central (Projeto de Lei Complementar 19/19) tem sido duramente criticada por parlamentares da oposição ao governo e contrários ao texto, segundo a Agência Câmara de Notícias Valdir Alencar repudiou esta negativa.
“Isso é um absurdo, mesmo com minha experiência tem assunto na minha área que ainda chamo um profissional, tem assunto de direito que chamo um advogado, da Agronomia que eu chamo um Agrônomo, porque eu quero ouvir o cara que é o dono da palavra. A mesma coisa é o Banco Central, eu não posso me meter num assunto no qual tem uma pessoa altamente capacitada, isso pode contribuir e muito para um país, infelizmente quando a política tenta interferir desta forma é extremamente preocupante para a população, para a economia do país, que se não tiver gestão ele quebra”, comentou.
O Banco Central (BC) promoveu, na segunda-feira (31/5), o lançamento da expansão nacional do Programa Aprender Valor. Desde então, qualquer escola de Ensino Fundamental da rede pública poderá aderir ao programa. Com o objetivo de apoiar Secretarias de Educação e escolas na implementação do ensino da educação financeira e da educação para consumo nas escolas públicas de Ensino Fundamental, o Aprender Valor está sendo implementado em caráter experimental em todas as regiões do País. Ouça a entrevista na íntegra: