Lula advertiu que se for mandado para a prisão, será ”um preso político”, durante o lançamento do livro ‘A Verdade Vencerá’, nesta sexta-feira (16)
AFP / Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu que se for mandado para a prisão, será “um preso político”, durante o lançamento do livro “A Verdade Vencerá”, nesta sexta-feira (16), em São Paulo.
“Se eles ousarem mandar me prender, estarão cometendo uma barbárie jurídica. E me tornarei preso político”, afirmou o ex-presidente (2003-2010), que esgota seus últimos recursos contra uma sentença de 12 anos e um mês de prisão, proferida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Em janeiro, a corte confirmou a condenação, decidida em julho passado pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, que considerou Lula culpado de ter recebido um tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, em troca de favorecer contratos da empreiteira OAS na Petrobras. A confirmação da condenação deverá provocar a invalidação de sua candidatura às eleições de outubro, nas quais aparece como favorito.
Homenagem à vereadora Marielle
No começo da apresentação do livro no Sindicato de Químicos de São Paulo foi feito um minuto de silêncio em homenagem à vereadora do PSOL Marielle Franco, morta a tiros na noite de quarta-feira na região central do Rio de Janeiro.
“A morte daquela companheira fez com que surgissem milhares e milhares de Marielles. Não existe possibilidade fora da luta!”, disse Lula.
A gritos de “Olê, olê, olá, Lula, Lula!”, o ex-presidente tomou a palavra depois de intervenções de jornalistas, políticos e intelectuais. Com ar de palestrante acadêmico, tirou o paletó e começou a discusar, andando de um lado a outro.
“O que está acontecendo com Lula é nada comparado com o que está acontecendo com o povo brasileiro”, afirmou, referindo-se a si próprio em terceira pessoa, arrancando aplausos da plateia.