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SDS prende policiais do Bope que invadiram casa e mataram suspeitos de tráfico

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Foto: reprodução

Na ação, foram apreendidos 527 gramas e mais 28 pequenas porções de maconha, 150 pedras de crack, uma balança de precisão, dois revólveres calibre 38 e 12 munições – sendo nove deflagradas. 

JC Online

Nove policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na ação que resultou nas mortes de dois homens na comunidade do Detran, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, na noite dessa segunda-feira (20), foram autuados em flagrante pelo crime militar de violação de domicílio.

Os PMs foram presos pela Delegacia de Polícia Judiciária Militar e devem passar por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (22), quando será decidido se as prisões serão convertidas em preventivas. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e o Ministério Público de Pernambuco estão acompanhando o caso.

Uma câmera de segurança foi fundamental para a decisão pela autuação dos policiais. Imagens mostraram o momento em que eles chegaram e arrombaram a porta da casa onde estavam as vítimas. Mulheres e crianças foram tiradas do local e, depois, houve os disparos de tiros. Momentos depois, os militares saíram da residência com um corpo enrolado em um lençol.

As vítimas foram identificadas como Bruno Henrique Vicente da Silva, de 28 anos, e Rhaldney Fernandes da Silva Caluete, 32. Eles chegaram a ser levados para a UPA da Caxangá, mas já estavam mortos. Nenhum PM se feriu na operação.

Familiares das vítimas afirmaram que não houve troca de tiros – como alegaram os policiais.

Logo após as mortes, os militares do Bope se apresentaram na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, e relataram que os homens foram mortos porque reagiram à abordagem.

Os PMs disseram que, na ação, foram apreendidos 527 gramas e mais 28 pequenas porções de maconha, 150 pedras de crack, uma balança de precisão, dois revólveres calibre 38 e 12 munições – sendo nove deflagradas.

Eles chegaram a ser liberados após os depoimentos no DHPP. Mas, após as imagens da câmera de segurança circularem em grupos de grupos de WhatsApp, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar identificou que a versão dos militares não se sustentava e determinou a autuação deles.

“Muitos policiais optaram pelo silêncio, que é um direito legal e constitucional. Logicamente estão acompanhados por advogados. Eles optaram por responder perguntas apenas da defesa”, afirmou o diretor adjunto de Planejamento Operacional da Polícia Militar, Fred Saraiva, em coletiva de imprensa no Comando Geral da PM, no bairro do Derby.

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