O relator da reforma da Previdência vai apresentar nesta quinta-feira o parecer dele na comissão especial da Câmara.
O texto de Samuel Moreira atende à pressão de líderes partidários e não vai incluir os estados e municípios na versão final.
Essa posição era defendida principalmente pelo centrão, aliança de pequenas e médias siglas na Casa.
Para o líder do Progressistas, deputado Arthur Lira, se os prefeitos e governadores querem tanto entrar na reforma, que ajudem a incluir a proposta em plenário.
O déficit dos estados e municípios chega a quase 100 bilhões por ano; uma reforma única para todos os servidores ajudaria a acelerar o processo de contenção da despesa.
O centrão diz que os deputados não podem arcar sozinhos com o ônus político de aprovar um projeto tido como impopular, sem a articulação dos governadores.
Um equilíbrio de forças nas negociações também é defendido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Caso não saia uma reforma única, a equipe econômica teme ter que gastar dinheiro do contribuinte para socorrer estados e municípios.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, lamentou as mudanças na comissão especial, mas declarou à Rádio Bandeirantes que ainda acredita eu um final feliz.
O relatório de Samuel Moreira também deverá excluir as mudanças no Benefício de Prestação Continuada e na previdência dos trabalhadores rurais.
O abono salarial será mantido como é hoje e a idade mínima para a aposentadoria de professores vai cair de 60 para 57 anos.
Outra alteração em relação à proposta original do governo atinge a capitalização, em que cada trabalhador contribui para a própria previdência.
Por um acordo de líderes, a iniciativa foi retirada do relatório final.
Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se o governo quiser, poderá enviar uma Proposta de Emenda Constitucional com a novidade.
Mas o Planalto vai ter que aguardar o segundo semestre e a aprovação da reforma da Previdência.
Com as mudanças, a previsão de economia de 1 trilhão e 200 bilhões de reais em 10 anos deverá cair para pouco mais de 900 bilhões.