Parlamentares foram motivados pela passagem do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio
Alepe / Foto: Roberto Soares
No último sábado (6), Joice da Silva Santana, 22 anos, foi assassinada por um homem com quem tinha um relacionamento. Ela morreu após discussão em um bar em São José da Coroa Grande (Mata Sul) e deixou um filho de 2 meses. O crime ocorreu justamente um dia após a data que marca o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, em 5 de abril, criado pela Assembleia Legislativa em 2017 para dar visibilidade à violência que tira a vida de mulheres por motivação de gênero. A Reunião Plenária da Alepe, nesta segunda (8), foi totalmente dedicada a registrar a passagem da data de conscientização contra esse tipo de crime. Também houve um minuto de silêncio em homenagem a Joice Santana.
Presidente da Comissão de Defesa da Mulher, a deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) defendeu, durante o Grande Expediente, o reforço de políticas públicas de prevenção à violência. “Repressão é importante, mas todos temos que trabalhar para evitar que o crime ocorra. Para isso, é preciso garantir emprego e renda a fim de que a mulher tenha para onde ir com seus filhos quando abandonar uma relação abusiva”, afirmou a parlamentar.
Para a deputada, projetos de lei propostos na Assembleia com foco na mulher não podem ser vistos como “regalias” concedidas pelo Parlamento. “Quando eu sugiro que 5% dos imóveis de conjuntos habitacionais sejam destinados a mulheres vítimas de violência doméstica, isso não significa privilégio.
Se não fizermos isso, elas vão continuar apanhando e morrendo, porque, muitas vezes, essas cidadãs não têm para onde ir com seus filhos”, frisou, referindo-se ao PL n° 53/2019, de sua autoria.
Para Roberta, as autoridades pernambucanas precisam reafirmar o seu compromisso com o fortalecimento da rede de proteção às mulheres. Ela sugeriu a implantação de uma delegacia da mulher no Sertão do Araripe. “Delegacias especializadas criam um ambiente que facilita à mulher fragilizada denunciar os crimes que sofreu. Como mulher sertaneja, já vi muitas vezes esses rostos assustados de quem vive na cultura machista e precisa de uma oportunidade para romper com esse ciclo de violência”, considerou a parlamentar.