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Retorno às aulas presenciais em pernambuco: necessidade ou perigo?

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Foto: reprodução

Por Antonio Diniz

A volta às aulas presenciais continua dividindo opiniões. Enquanto uma parcela da sociedade defende a retomada, outras pessoas discordam. Desde março deste ano que as escolas paralisaram as atividades habituais em virtude da pandemia do novo coronavírus, decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março. A alternativa encontrada pelas escolas, durante o período de crise, foi o sistema de ensino a distância (EAD), com aulas remotas através das plataformas online, como Google Classroom. No entanto, após a estabilização no número de casos de pessoas infectadas em Pernambuco e retomada das atividades econômicas, o único setor que ainda continua paralisado é o da educação.

Havia uma expectativa, por parte da população e dos órgãos regulamentadores, que as atividades educacionais  fossem retomadas nesta primeira quinzena de agosto. No entanto, devido ao aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à Covid-19, a Região Metropolitana do Recife (RMR) não irá avançar no Plano de Convivência das Atividades Econômicas. Por consequência, o governo do estado anunciou a prorrogação do prazo de liberação das aulas presenciais, alegando que elas  continuarão suspensas até o dia 15 de agosto. Após esse prazo, deve ser divulgado um cronograma pela Secretaria Estadual de Educação, com as datas de retorno às aulas presenciais da educação básica, para o ensino superior e para os cursos livres.

De acordo com o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco, prof. José Ricardo Diniz, a expectativa agora é que aconteça um retorno progressivo gradativo a partir do dia 17 de agosto, com a concomitância entre o ensino remoto e presencial. Ele defende a volta e  acredita que,  na primeira semana de setembro, todos os segmentos da escola, do ponto de vista presencial, estejam funcionando, ao mesmo tempo do plano remoto. “Eu vejo vários benefícios nesse retorno. Primeiro que vai se instaurar mesmo o ensino híbrido. Esse é um aspecto muito positivo. O segundo ponto positivo será uma convivência dentro de restrições, de novas regras, isso tem um papel educativo muito importante, porque nós imaginamos que ficar em casa será uma opção da família e ir ao espaço físico escolar também. Há muitas famílias que precisam retornar ao ambiente escolar, porque tem uma realidade dentro de sua casa que compatibiliza com esse retorno. Então, por que não estabelecer essa alternativa?”,  questiona o presidente.

Para que a volta aconteça com segurança sanitária, as instituições de ensino precisarão seguir protocolos de higienização, estabelecidos pelos órgãos de saúde, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a  Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo o pediatra e vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe), Eduardo Jorge, os dados epidemiológicos de cada região precisam ser analisados, além estarem em declínio por, no mínimo, quatro semanas, para que a retomada seja considerada. Além disso, todos os cuidados precisam ser seguidos, como, por exemplo, o limite de 30% do número de alunos presenciais por dia; modelo de ensino híbrido, com alguns dias presenciais, outros em casa; escalonamento dos horários de entrada, de saída, de recreio, mantendo grupos fixos; distância entre as bancas de 1,5 m; uso obrigatório de máscara;  lavagem das mãos a cada duas horas, com água, sabão e papel toalha. “Não existe um plano perfeito de reabertura da escola com segurança, apenas opções razoáveis. Os protocolos devem ser individualizados de acordo com a particularidade de cada escola, pois não temos um protocolo único que se adeque a todos, visto que cada instituição apresenta necessidades e realidades distintas”, aponta o especialista. (CBN Recife)

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