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Renata Campos quer distância da política

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A viúva do ex-governador Eduardo Campos seria o nome dos sonhos acordados da tucanada nacional para se transformar candidata à vice-presidente.

Por Magno Martins / Foto: arquivo particular

Vez por outra, inadvertidamente, provavelmente por não conhecer a personalidade de Renata Campos, a mídia nacional propaga o nome dela para figurar no jogo da política partidária. O mais recente exemplo disso veio, ontem, da minha amiga Andreza Matais, editora da coluna política do Estadão, a quatro mãos com Marcelo de Moraes. Segundo eles, a viúva do ex-governador Eduardo Campos seria o nome dos sonhos acordados da tucanada nacional para se transformar candidata à vice-presidente.

Renata viveu a vida inteira no meio político. Discreta, dava seus pitacos quando provocada pelo marido, mas nunca deixou ser picada pela mosca azul. Como primeira-dama, que também exerceu com bastante discrição, nunca deu sequer uma entrevista. Na morte de Eduardo, a TV-Globo enviou ao Recife a jornalista Sônia Bridi, repórter especial do programa Fantástico, para tentar arrancar um depoimento exclusivo com a viúva. Viagem perdida, tempo desperdiçado.

Não conheço um só repórter no Estado que já tenha conseguido colocar um microfone na boca de Renata. Com ela, tive inúmeras conversas, mas em off. Não dava entrevistas. Talvez por inibição, vivia longe dos holofotes. O máximo que permitia era ser filmada e fotografada ao lado do marido. Renata não tem projeto político. Aos mais íntimos, revela que sua missão na terra designada por Deus é preparar os filhos para o mundo. Uns já cresceram, mas o caçula ainda é um bebê.

O projeto político de Renata se materializa dentro da própria família: a eleição do filho João Campos para deputado federal, em 2018, não por desejo dela. Por ela, João, se tivesse ouvidos para os seus conselhos, seguiria a carreira de engenheiro. Ela, entretanto, não pode impedir ou atrapalhar vocação de ninguém, muito menos daquele que se projeta como herdeiro do espólio eleitoral do pai.

Renata, por fim, personifica a figura da mãezona, voltada para o lar e a família, sem a menor aptidão pela vida pública. Seu xodó, hoje, é o ponta de rama Miguel. Ao redor dos filhos, tenta preencher, no dia a dia, o grande vazio físico e espiritual deixado pela morte precoce e repentina de Eduardo, seu primeiro e único namorado, o grande amor que conheceu nos bancos escolares na mocidade.

EM QUAL PALANQUE?– Por falar no filho, a sua votação, que tende a ser estrondosa, segundo prognósticos do PSB, já começou a ser objeto de discussão entre aliados e na família. João Campos não imaginava que teria pela frente que competir com um parente bem próximo: o tio Antônio Campos, o Tonca, que trocou o PSB pelo Podemos para tentar, também, em nome do arraesismo, uma cadeira na Câmara dos Deputados. Resta saber, neste caso, em que palanque ficará Ana Arraes: no do filho ou do neto?

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