A Câmara Municipal do Recife aprovou, na semana passada, uma reforma administrativa proposta pelo prefeito João Campos (PSB), que aumentou o número de cargos comissionados da gestão municipal para 3.555. Conforme reportado pela coluna Painel da Folha de S.Paulo, a quantidade supera os 3.378 cargos equivalentes no governo de Pernambuco, liderado por Raquel Lyra (PSDB), considerada uma possível adversária de Campos nas eleições estaduais de 2026.
Os novos cargos – 423 ao todo – foram criados para atender às demandas da administração e reforçar a base política do prefeito. Esse tipo de posição, usualmente ocupada por aliados políticos, tem como objetivo acomodar quadros estratégicos em um contexto de articulação eleitoral. Em nota, a Prefeitura do Recife afirmou que o impacto da reforma representa menos de 1% da Receita Corrente Líquida do município e ressaltou que a despesa com pessoal está no menor patamar histórico, correspondendo a 41,62% da receita.
Entre as novas nomeações estão ex-prefeitos, ex-vereadores e candidatos com desempenho relevante em eleições recentes. O petista Vinicius Castello, que perdeu a disputa pela Prefeitura de Olinda, foi designado secretário-executivo de Infraestrutura. Já Ana Célia (PSB), ex-prefeita de Surubim, assumiu o cargo de secretária-executiva de Planejamento e Articulação Social.
A gestão de João Campos defendeu que a reforma é parte de um redesenho administrativo voltado para atender às “novas demandas da cidade”. “Tal quadro permite um redesenho para a nova gestão (2025-2028), com o objetivo de realizar ainda mais entregas para quem vive na cidade em um cenário de aceleração de entregas e composição das novas secretarias em áreas específicas”, afirmou a prefeitura em nota oficial. (Brasil 247)