Ex-parlamentar acusa o ex-presidente Lula de recebimento de propina da Odebrecht
Agência Estadão / Foto: Geraldo Bubniak/AE
A delação do ex-parlamentar Pedro Corrêa foi homologada nesta terça (8) pelo ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Condenado a 20 anos e 7 meses de prisão, Corrêa revelou, em delação premiada, ano menos duas tratativas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As tratativas seriam sobre propinas para o Partido Progressista (PP), onde foi filiado na época em que exercia cargo no Congresso. Corrêa afirma que, em uma delas, Lula teria realizado uma ligação para o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para se certificar de que as propinas ao PP estariam sendo pagar ‘direitinho’ aos políticos da sigla.
A homologação de Fachin finaliza um longo processo de negociação, já que Corrêa assinou a delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em março de 2016. Seis meses depois, o então relator da Operação, ministro Teori Zavascki, pediu novas diligências e cobrou a redução de assuntos tratados no acordo, como os anexos com revelações genéricas, sem apontamento específico, e o robustecimento de provas apresentadas. O texto só chegaria para a homologação de Fachin após a realização das mudanças.
O parlamentar disse que na época em quem já existia o esquema de corrpução da Patrobras, houve um acordo que beneficiaria o PP com uma porcentagem de participação nas propinas. No entanto, o deputado teve de procurar o ex-presidente para reclamar do não cumprimento do acordo por parte do diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Outra acusação feita por Corrêa foi de que o PP articulou, ao lado de Lula, a eleição de Paulo Roberto Costa para a diretoria de abastecimentos da Petrobras. Por isso, na ação que o condenou aos 20 anos e 7 meses, Pedro é apontado como um articulador para a nomeação de Costa.