Início Notícias Ramal da Transnordestina que passa por Araripina é fortalecido após decisão da...

Ramal da Transnordestina que passa por Araripina é fortalecido após decisão da Bemisa

928
Foto: reprodução

Por Patrícia Raposo do Movimento Econômico

Ao formalizar seu interesse em instalar um terminal de minério de ferro na Ilha de Cocaia, no Porto Suape, e escoar a produção de suas jazidas localizadas no Piauí por Pernambuco, o Grupo Brasil Exploração Mineral S.A (Bemisa), um dos maiores do País no ramo de exploração e exportação de minérios, fortalece o projeto de um ramal da Transnordestina que parte do Piauí e passa por Araripina, em PE, com destino ao porto pernambucano.

“A Transnordestina foi originalmente concebida para ser uma ferrovia de integração e neste sentido, a conta não necessariamente precisava fechar. É como pavimentar uma estrada: não se pensa na carga, mas numa ferramenta de integração regional ou nacional. No entanto, quando a ferrovia passa a ser uma concessão, um investimento privado, vira um negócio e precisa dar retorno. Muda completamente de conceito”, analisa Francisco Martins, Diretor de Planejamento e Gestão de Suape.

Estudo da consultoria McKinsey Brasil apontam que são necessários 20 milhões de toneladas de minérios e 20 milhões de toneladas de grãos para viabilizar o um ramal entre o Litoral e o Sertão. E a carga terá que sair ou por um porto ou pelo outro”, completa Francisco. Em outras palavras, significa dizer que o dono da carga dificilmente estará interessado em agradar a este ou aquele governo, mas em reduzir seus custos.

A referência aos portos se dá porque Pernambuco perdeu para o Ceará o ramal da ferrovia Transnordestina que conectará o Sertão ao Litoral. O concessionário da ferrovia, o Grupo CSN, liderado pelo empresário Benjamin Steinbruch, decidiu que terminará o ramal Eliseu Martins, que sai do Piauí, no Porto de Pecém, no Ceará.

Diante disso, o governador Paulo Câmara buscou viabilizar a construção da ferrovia e, no dia 16 de agosto, o obteve a confirmação junto ao Governo Federal de que o trecho da Transnordestina entre Custódia, no Sertão do estado, e Suape será desmembrado da atual concessão. Assim, o governo estadual poderá finalizar a obra por meio de uma nova concessão. Agora, a decisão da Bemisa configura-se como outra vitória para os pernambucanos. E ela não veio à toa. Escoar o minério por Suape representa uma economia de 92 km no percurso.

O município de Paulistana, a 452 Km da capital piauiense, tem um volume estimado superior a 1 bilhão de toneladas de ferro, sendo a maior reserva mineral do estado e uma das maiores do país, com grau de pureza superior a 70%. Além desse minério, há outras cargas que reforçam a viabilidade do projeto, como o gesso do Araripe e os grãos da região de Matopiba.

“Sem falar que, o Porto de Suape, sendo mais antigo e robusto que Pecém, tem ampla oferta de carga de retorno, como insumos para a própria fruticultura, combustíveis, gás e carga de importação”, explica o diretor de Suape.

E há outros fatores interessantes, como as jazidas de minério de ferro em, Jucurutu (RN) e São Mamede (PB), que precisam ser mais bem estudadas e estão mais perto de Suape. “As cargas podem vir pelo ramal rodoviário até a Plataforma Agreste e, de lá serem trazidas ao porto pela ferrovia”, explica Francisco.

Ele também lembra que em Floresta (PE) há uma jazida de estimada em 200 milhões de toneladas do minério ilmenita, de onde se tira o titânio. Sua exploração chegou a ser anunciada há alguns anos, mas não prosperou. “Na hora em que existe um ramal, uma série de projetos começarão a sair do papel”, prevê Francisco.

O ramal ferroviário da Transnordestina que faz a ligação entre Curral Novo, município que fica próximo às jazidas de Paulistana, no Piauí, e o Porto de Suape, tem 717 quilômetros de extensão. O investimento previsto é de R$ 5,7 bilhões, com a expectativa de gerar centenas de empregos para os pernambucanos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here