A oposição está mobilizada para manter o veto 46, cuja votação está prevista para esta terça-feira (28) no Congresso. Chamado de Veto da Liberdade, se cair, será transformado em mais um instrumento autoritário que prevê até 5 anos de prisão para quem for acusado de difundir fake news. A jogada autoritária institui no País certos “tribunais da verdade”, que definirá o que é falso ou verdadeiro, materializando previsões do célebre livro “1984”, de George Orwell, sobre regime autoritário
Como na obra de Orwell, a intenção é criar nova ordem, à margem da Constituição, extinguindo direitos como a liberdade de expressão.
Defensor do disparate, o ex-ministro Orlando Silva (PCdoB-SP) alegaria hoje ser fake news a acusação de pagar tapioca com cartão corporativo.
O senador Carlos Portinho (PL) lembrou que Bolsonaro, com seu veto, chamou a atenção à falta de clareza sobre a conduta a ser punida.
O imperador da Etiópia, Hailê Selassiê, foi deposto pelo próprio filho quando fazia visita oficial ao Brasil, a convite do presidente Juscelino Kubitscheck, liderando uma comitiva que era uma pequena multidão. Em conversa com JK, o imperador pediu dinheiro para voltar, dar um corretivo no filho e retomar o poder. JK ordenou que o ministro da Fazenda, Horácio Lafer, liberasse dinheiro a Selassiê antes de o Congresso aprovar o empréstimo. Lafer advertiu: “Os parlamentares não vão aprovar isso”. JK respondeu: “Vão aprovar, Lafer. Basta mostrar essa comitiva toda como asilada.” Selassiê retomou o poder e se manteve nele por mais quinze anos.
Deputados bufaram de raiva quando Arthur Lira, presidente da Câmara, exigiu presença com registro biométrico, sob pena de ponto cortado. Suas excelências raramente dão as caras antes de terça-feira.
Deputados querem que a ministra Nísia Trindade (Saúde) explique greve e superlotação nos hospitais federais do Rio de Janeiro. Chris Tonietto (PL-RJ) destaca que o problema é recorrente e se perpetua no Estado.
Projeto do deputado Davi Soares (União-SP) endurece a legislação contra menores que cometerem crimes hediondos. Propõe aumentar o tempo de internação para até 12 anos. Para muitos casos, é pouco.
O setor de shoppings no Brasil continua dando show de eficiência. Após se incorporar à rotina onde os brasileiros fazem compras, se divertem, têm acesso a serviços públicos ou apenas batem pernas, virou estação de embarque e desembarque no aeroporto improvisado de Canoas. (Por Claudio Humberto – Diário do Poder)