Depois de quase sumir, o DEM de Maia e do ministro da Educação, Mendonça Filho, está em evidência
Por Giovanni Sandes – JC Online / Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Inerte diante da firme investida do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para levar a ala dissidente do partido socialista, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, subiu o tom contra Temer, depois do episódio da última terça. Mas ele e o PSB de Pernambuco evitaram criticar Maia ou o grupo dos Coelhos. Não surgiu nem uma ponta de crítica pública.
Depois de quase sumir, o DEM de Maia e do ministro da Educação, Mendonça Filho, está em evidência. O presidente da Câmara já tem poder e gera expectativa maior ainda: caso Temer caia, ele vai assumir o País. Por isso socialistas que são de oposição a Temer evitam confrontar o DEM. Já quanto aos Coelhos de Petrolina, a situação é delicada para o governador Paulo Câmara (PSB), rumo a 2018, e para a Frente Popular.
A sutileza é percebida no discurso de Carlos Siqueira. Após ele subir o tom contra Temer, logo que veio a público a oferta do PMDB aos dissidentes, ficou a questão: e o DEM não foi muito mais assertivo? Maia veio a Pernambuco três vezes em um só mês, com foco nos Coelhos. À Rádio Jornal, Mendonça ontem falou claramente do racha no PSB e o convite do DEM.
É tudo rápido demais. O PSB local ainda não mostra reação.
GESTO COM MAIOR RIVAL DE PAULO CÂMARA
Não bastasse o racha escancarado nacionalmente do PSB, ontem o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB, à esquerda da foto) e o senador Armando Monteiro (PTB, à direita) tiveram agenda juntos em Petrolina, do prefeito Miguel Coelho, filho do senador socialista. Armando é rival declarado do grupo de Paulo.
CONVERSA LONGA
O encontro de Armando e Bezerra Coelho foi articulado esta semana. Mas a relação cresce no Senado há meses. Em 23 de fevereiro, FBC presenciou um duro discurso de Armando contra Paulo e não defendeu o governador.
DEFERÊNCIA
Antes do agravamento do mal-estar no PSB, o grupo de Paulo nunca tratou com tanta deferência Bezerra Coelho e seu filho, o ministro Fernando Coelho Filho. Sem eles dentro da Frente Popular, Paulo pode perder uma peça fundamental.
“PARTICIPAÇÃO E FORÇA”
Horas antes da reunião de Armando com Bezerra Coelho, um dos principais aliados de Paulo Câmara, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB, foto), disse à Rádio Jornal que o PSB “sempre contou com a participação da força de Fernando Bezerra e seu grupo político”.
ESTRATÉGIA É DE CONFUNDIR E ABRIR PORTAS
No grupo de Bezerra Coelho, vale a velha máxima de que “todas as portas estão abertas”. Confundir e abrir portas é parte do jogo político.
Sexta passada, em Petrolina, FBC esteve com Paulo, defendeu Lula e Temer em um só discurso. Ele dialoga com todos os grupos políticos locais.