Apoio inclui oferta de mudas e sementes e acompanhamento técnico da área restaurada; confira entrevista
O 6º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destaca a Caatinga como o bioma mais vulnerável às mudanças climáticas. A região da Chapada do Araripe já enfrenta alguns desses impactos, a exemplo das estiagens prolongadas e redução dos cursos hídricos. As ações de restauração florestal são uma solução para esses problemas. Proprietários rurais da região, que desejam recuperar áreas degradadas, podem obter apoio gratuito do Cepan.
A instituição oferece mudas, sementes, assistência técnica e suporte na implantação de diversas técnicas visando a recuperação de áreas degradadas. Para mais informações acesse o site do projeto (https://cepan.org.br/rededeconservacaoerestauracaodachapadadoararipe/), ou entre em contato com a Analista de Projetos Adrielle Leal pelo telefone (81) 98237-8598 ou e-mail: Adrielle@cepan.org.br
Essa iniciativa integra o projeto Rede de Conservação e Restauração da Chapada do Araripe, que conta com o apoio do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal. A área de abrangência é composta por 33 municípios, distribuídos entre os estados do Piauí, Pernambuco e Ceará. A meta é restaurar 500 hectares de Caatinga. Para obter o benefício, o proprietário precisa ter o Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma área livre de autuações e de disputas judiciais e ter o compromisso com a preservação contínua das áreas, garantindo sua proteção a longo prazo.
Em entrevista nesta terça-feira (27), na Arari FM, a analista de Projetos do Cepan, Adrielle Leal, ressalta a importância de os proprietários estarem atentos a essa oportunidade, seja para se adequarem à legislação ou para recuperar os recursos naturais de suas propriedades. “Essa é uma chance única para aqueles que precisam restaurar Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal (RL), atendendo às exigências da lei federal de proteção à vegetação nativa. A iniciativa é especialmente importante para quem deseja manter a produtividade da área, mas enfrenta limitações financeiras e falta de conhecimento técnico. O Cepan oferece o apoio nas ações de restauração e o acompanhamento de todo o processo de forma gratuita”, explica. Confira na íntegra:
O processo de restauração irá utilizar diversas técnicas, como o plantio de mudas nativas florestais, semeadura direta (utilização de sementes para plantio), sistemas agroflorestais (SAFs) e a condução da regeneração natural, por meio do adensamento e enriquecimento da área. Serão utilizadas sementes e mudas nativas, ou seja, as mesmas que ocorrem naturalmente na Caatinga. Elas serão prioritariamente adquiridas no próprio território, o que além de facilitar a adaptação, também gera renda para os produtores de mudas e sementes locais.
Os efeitos da degradação da Caatinga podem ser agravados pelo desmatamento que atinge a região, especialmente na área de proteção ambiental (APA) da Chapada do Araripe. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, essa área protegida apresenta os maiores índices de desmatamento entre 2021 e 2023 dentro do bioma Caatinga. Produtores e populações locais, todos sentem os impactos seja na dificuldade de realizar atividades agrícolas ou de conviver com as altas temperaturas, entre outras consequências.
Por outro lado, a restauração da Caatinga traz incontáveis benefícios para o meio ambiente e a população local. Com a recuperação da biodiversidade, há a melhoria do solo, da água e da prestação de serviços ecossistêmicos, que são os efeitos positivos do bom funcionamento dos ecossistemas para a população, fauna e flora.