Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nessa segunda-feira, 30, produtores de Cabrobó e Terra Nova reivindicaram o abastecimento emergencial da barragem Nilo Coelho, localizada em Terra Nova. Os agricultores pediram que o reservatório receba água da barragem da Serra do Livramento, que faz parte da estrutura da Transposição do Rio São Francisco.
Presente na reunião organizada pela Comissão Especial das Barragens, o secretário de Infraestrutura de Terra Nova, Silvestre Araújo, frisou que a medida evitaria perdas das culturas já plantadas. “O reservatório Nilo Coelho foi abastecido uma vez, quando o Ministério autorizou, mas agora está parado. Estamos buscando a possibilidade de abastecer por um período de três dias e depois fechar, porque é época de produção de cebola. Tem uma barragem vizinha cheia e a gente está sem água”, destacou.
Somente o Ministério do Desenvolvimento Regional pode autorizar a liberação da água do reservatório do Livramento. A barragem já chegou a abastecer a Nilo Coelho experimentalmente e animou os agricultores, mas a ação não continuou. O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Infraestrutura, garantiu que toda a documentação solicitada pelo órgão federal foi enviada. A secretária Fernandha Batista se comprometeu a reforçar o pedido pessoalmente ainda esta semana, em passagem por Brasília.
Os produtores também pediram a perenização da barragem Nilo Coelho e do reservatório do Riacho Grande, que fica entre Cabrobó e Salgueiro. Fernandha, contudo, argumentou que “estudos mais aprofundados sobre esse tema precisam ser feitos, já que a água da Transposição é muito cara: custa 78 centavos por metro cúbico”.
Autor da proposta de audiência, o deputado Lucas Ramos defendeu a importância da água do São Francisco para a economia das cidades do Sertão pernambucano. “Cabrobó espera a abertura das comportas e a perenização do Riacho Grande para proporcionar a oportunidade na vida de 2 mil trabalhadores da agricultura familiar, e, em Terra Nova, a irrigação de 1,8 mil hectares. Isso quer dizer mais emprego, mais renda, mais desenvolvimento”, ressaltou.
