Por Cidinha Medrado para o Blog
O funcionamento total da Ferrovia Transnordestina é um sonho frustrado para a região do Araripe. A obra está parada desde o final de 2016, com vários problemas em sua infraestrutura. Em entrevista concedida ao jornalista Roberto Gonçalves, o presidente do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco) Adriano Lucena disse que a turma da engenharia pretende discutir e questionar os responsáveis. As obras da ferrovia foram iniciadas em 2006, continuam inacabadas e receberam cerca de R$ 6,2 bilhões até 2018.
Adriano disse que o CREA vai partir em defesa desse assunto, porque a Transnordestina tem importância especial para o desenvolvimento do polo gesseiro através do ramal que parte do Piauí.
“Nós não podemos deixar o ramal em Pernambuco parado na região de Arcoverde, na região de Custódia, então nós estamos próximos, a 300 km para chegar no Porto de Suape e todos os investimentos que foram feitos com objetivo político, financeiro e econômico não podem parar nesse momento de desenvolvimento em Pernambuco, o transporte rodoviário, o transporte ferroviário, o país que já vem há anos e anos fazendo transporte de cargas, nós sabemos a viabilidade e o estado que pede a conclusão da Transnordestina”, disse Adriano.
O presidente deixou também claro que já foram iniciadas conversas específicas com a diretoria sobre os pontos mais importantes para o estado sobre o desenvolvimento da obra.
“A gente vai fazer um evento através dos CTT que é o Comitê Tecnológico Permanente no mês de setembro para debater e mostrar a importância do ponto de vista econômico, social e ambiental pela engenharia”, avisou.
Lucena ratificou também que haverão debates permanentes sobre a retomada das obras paralisadas, de uma forma que a sociedade possa analisar.
“Precisamos mudar essa cultura para a que a sociedade veja, se nós tivéssemos dado continuidade, essa obra já estaria concluída em benefício de toda a população pernambucana e nordestina, então nós precisamos ter um debate permanente sobre retomar essas obras que estão paralisadas, são escolas, estradas, barragens, adutoras todos nós perdemos, isso é engenharia, o encontro do estudo, do projeto e da execução”, comentou.
A requalificação do aeroporto em Araripina também foi um assunto pautado pelo presidente do CREA, tanto na parte de Engenharia como sobre os benefícios que serão conquistados com a obra, Adriano observou que a implantação do novo aeroporto vai interligar Araripina a lugares que geram grandes negócios, trazendo mais renda, emprego e turismo com um deslocamento mais rápido.
“Teremos uma reunião com especialistas para que a gente possa conversar sobre o modelo de concessões desses aeroportos regionais. Como é que existem no mundo? Porque as passagens estão tão caras de vôos no Brasil? Quando no mundo a gente tem passagens que são infinitamente mais baratas gerando mais demandas para esse tipo de veículo e a engenharia não pode ficar em silêncio”, disse ele. Ouça a entrevista na íntegra: