A tesourada de R$ 70 bilhões no orçamento da União afeta drasticamente os municípios.
Vera Magalhães – Folha de S.Paulo
A preocupação no governo cresce com a expectativa de cobrança de prefeitos em marcha que acontece nesta semana.Parte dos políticos já fala em romper unilateralmente convênios firmados com a União, se o Planalto não fixar um prazo para o desbloqueio de repasses. Dizem que de nada adianta manter parcerias se não houver recursos para o custeio.
“A situação é explosiva. Tentaremos fazer uma marcha propositiva, mas será difícil controlar prefeitos com nervos à flor da pele”, diz Paulo Ziulkoski presidente da Confederação Nacional dos Municípios, sobre o clima de cobrança a Dilma Rousseff na Marcha dos Prefeitos.
A tesourada de R$ 70 bilhões no orçamento da União afeta drasticamente os municípios. Só com os cortes na saúde, em torno de 11,7 bilhões, o caos já existente nos municípios tende a se acentuar. Sem remédios e sem condições de arcar com os salários dos profissionais da área, como também sem poder fazer novas contratações, os municípios brasileiros agora foram diretamente para UTI.
A União Brasileira de Municípios (UBAM), está enviando Circular Informativa a todos os prefeitos para que façam “economia de guerra”, inclusive com a suspensão dos festejos juninos que dependam do erário público, apoiando apenas aqueles que contem com o patrocínio da iniciativa privada, principalmente nas cidades na área da seca, que somam 1.134 municípios.
O presidente da Amupe, José Patriota, está convocando a bancada federal para um jantar em Brasília, amanhã. Ele aproveita para discutir o caos nos municípios e a pauta da 18ª Marcha dos Prefeitos, voltada basicamente para fortalecer o discurso do Pacto Federativo.