Pernambuco tem investido em sua reindustrialização, com a conexão do gás para o Polo Gesseiro do Araripe
O preço do Gás Natural Liquefeito (GNL) usado para atender os municípios de Garanhuns e Petrolina, respectivamente no Agreste e no Sertão pernambucano, no primeiro semestre deste ano, foi quase três vezes maior do que o custo do gás natural vendido no resto do país. De acordo com a associação Abrace Energia, o aumento desse preço foi motivado pela quebra do contrato entre a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) e NewFortress, em dezembro de 2023.
Após o distrato, o fornecimento do produto ficou a um preço fixo de 6,4156 R$/m³ para os meses de janeiro e fevereiro de 2024.
Diante dessa situação, a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) registrou, em nota técnica, o aumento de 94,11% do preço do gás para Petrolina e de 99,82% para Garanhuns. Antes do encerramento do contrato, o preço do Gás Natural em janeiro seria de 3,3051 R$/m³ para Petrolina e 3,2106 R$/m³ para Garanhuns.
Após a conclusão das obrigações contratuais com a NewFortress, a Copergás contratou, para o período de março a julho, o produto com outro fornecedor, permanecendo com a média de preços acordados com a empresa anterior.
A Abrace Energia, associação que defende a importância da energia a preços competitivos, questionou a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) sobre o aumento dos preços. Porém, a agência afirmou não ter, por medida contratual, gerência sobre os preços praticados pelos fornecedores da Copergás e que esse cenário de aumento de preços do Gás Natural “se tratou de ajustamento de preço praticado pelo mercado situacional decorrente, notadamente, de externalidades no cenário mundial”.
Sem solução
O diretor de Gás Natural da Abrace Energia, Adrianno Lorenzon, revela que após a finalização desse contato, no mês de fevereiro, o preço do gás triplicou de valor e não foi apresentada nenhuma solução para esse problema aos consumidores. “A gente não sabe como vai continuar o fornecimento desse gás para as unidades que são bancadas. Não nos parece fazer sentido o atendimento às cidades com GNL a esse preço. Seria melhor dar um passo atrás e voltar para o que era antes, que era o atendimento com GLP (gás de cozinha) porque não é sustentável se pagar o triplo do preço do gás”, aponta Lorenzon.
Para a Abrace, aumentar a competitividade com um olhar mais cauteloso sobre a política pública dos preços praticados em Pernambuco é importante neste período em que o Estado tem investido em sua reindustrialização, com a conexão Polo Gesseiro do Araripe, por exemplo.
Questionada sobre o preço do Gás Natural praticado nos municípios de Garanhuns e Petrolina, a Copergás afirmou em nota que “não há diferenciação nas tarifas cobradas entre as cidades pernambucanas”. Ainda de acordo com a Companhia, a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) realiza a revisão das tarifas trimestralmente, garantindo uniformidade em todas as localidades do Estado. (Fonte: Diário/PE)