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Possível disputa entre João e Raquel deixa apoio do PT incerto para 2026

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Enquanto o presidente Lula já começa a falar publicamente sobre as eleições 2026, quadros do PT-PE revelam desentendimento sobre pleito estadual / Foto: reprodução

Por JC Online

Enquanto a nível nacional o presidente Lula (PT) já fala abertamente sobre as eleições de 2026, o PT em Pernambuco dá sinais de indecisão quanto às definições de apoio para eventuais candidaturas ao Governo do Estado, que deverá contar com um embate entre a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), mas ainda sem nomes postos publicamente.

As últimas semanas foram acompanhadas de declarações de diversos quadros do PT sobre o posicionamento do partido em Pernambuco, que vão desde um aceno à Raquel Lyra, que inclui até uma sugestão de candidatura da governadora pelo PT, até uma manutenção da legenda dentro da Frente Popular, liderada por João Campos.

Ala do PT defende que partido deixe oposição à Raquel Lyra

Em meio às primeiras discussões sobre 2026, alguns quadros do PT tem se posicionado em favor de que o partido deixe a oposição à Raquel Lyra. A movimentação parte da bancada petista na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), liderada pelo ex-prefeito do Recife João Paulo.

De acordo com João Paulo, o PT já não se encontra em posição prática de oposição à governadora, não restando razão para uma manutenção da posição estabelecida para a bancada.

“Há uma tendência do PT mudar a posição, sair da oposição, que não está fazendo, nem o governo Lula, nem os ministros, nem os dois senadores, nem o deputado federal, e muito menos a bancada estadual. Aquela decisão de oposição foi em uma conjuntura, terminada a eleição, que foi bastante acirrada. O próprio ministro Rui Costa já disse que ela era da base, então no mínimo, o partido deveria rever a condição de oposição”, disse, em entrevista ao JC.

A posição de João Paulo também é compartilhada por Doriel Barros, presidente estadual do PT e também parlamentar pelo partido na Alepe. Em entrevista ao JC, Doriel afirmou que a posição inicial de oposição, estabelecida pelo PT, já não reflete a relação atual entre a governadora e o governo federal.

“A governadora tem se colocado muito como uma parceira da implementação do governo Lula aqui em Pernambuco, então é um contexto de uma decisão que nós tomamos em um ambiente que não reflete hoje aquilo que se imaginava que iria acontecer no momento que se tomou a decisão”, afirmou.

João Paulo, em entrevista à Rádio Folha, no início do mês, chegou a sugerir uma candidatura da governadora Raquel Lyra pelo PT.

“Nesse sentido não há nenhum compromisso do partido com candidatura. Até porque a governadora pode ser, dependendo da conjuntura, a candidata do PT. Ela pode estar na base do PT. São questões que nós vamos ter condição de tratar em 2026”, disse.

Humberto reconhece autonomia de bancada, mas não vê mudança na posição do PT

Em entrevista ao JC nesta quarta-feira (22), o senador Humberto Costa (PT) afirmou que a bancada estadual recebeu um “grau de autonomia importante”, destacando as votações da bancada com o governo Raquel Lyra na Alepe. Para o senador, a postura atual exercida pelos deputados estaduais petistas é “natural”, mas não muda a posição do partido.

“O PT firmou um posicionamento, ainda no primeiro ano do governo Raquel Lyra, de se colocar no campo da oposição. Naturalmente que nós também deixamos um grau de autonomia importante para nossa bancada estadual, para que diante de temas que sejam do interesse da população, ou que casem com objetivos do partido, que a bancada possa ter liberdade de votar, e votou várias vezes em pautas com o governo de Raquel Lyra. Isso é uma coisa normal, natural, não muda nosso posicionamento”, afirmou.

Ainda de acordo com Humberto, a saída do campo de oposição da governadora ainda não foi proposta formalmente dentro do partido. O senador enfatizou que a posição só será tomada após a decisão da direção estadual, que será discutida internamente.

“Até o presente momento, que eu saiba, não houve uma proposição formal de que o partido mude de posição em relação a isso. E se houver essa proposta formal, quem vai decidir isso é a direção estadual do PT, a executiva estadual”, pontuou.

“Manifestar a posição A, B, ou C, é um direito de cada integrante do partido. O PT é um partido democrático. Acho inclusive que essa discussão, esse debate, o ideal é que ele seja feito internamente”, complementou.

A também senadora pelo PT, Teresa Leitão, em entrevista à Rádio Folha, reafirmou oposição à Raquel Lyra e disse que a responsabilidade cabe à bancada do partido na Alepe.

“Quem deve fazer oposição a Raquel não sou eu no Senado Federal, mas o PT na Assembleia Legislativa”, disse.

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