Por Lusmar Barros / Folha do Araripe
A precariedade no atendimento às famílias enlutadas no Sertão do Araripe, devido à ausência de um Instituto Médico Legal (IML) centralizado na região, tem sido motivo de grande preocupação para a população local.
Em 2019, uma Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores de Ouricuri, contando com a participação do prefeito Ricardo Ramos, vereadores e representantes da Polícia Civil, debateu a implantação do IML na cidade. Na ocasião, o gestor municipal argumentou sobre a escolha do bairro Renascença, conhecido como Batalhão, para receber o Instituto, afirmando que a estrutura teria capacidade de atender toda a região do Araripe.
Entretanto, quase 5 anos depois, a unidade do IML ainda não foi concretizada, deixando a população à mercê de um serviço essencial. “É inadmissível que as famílias tenham que esperar até 3 dias para realizar o sepultamento de seus entes queridos devido à falta de estrutura adequada na região”, reclama o morador de Ouricuri, José Silva.
Segundo informações, antes de Ouricuri, o governo de Pernambuco chegou a cogitar a cidade de Trindade para receber o IML, mas por uma decisão geográfica, optou-se por Ouricuri. No entanto, a população questiona se essa foi a melhor escolha, uma vez que Ouricuri, apesar de estar centralizada, não é de fácil acesso para as demais cidades do Araripe, como Araripina, Trindade, Ipubi, Bodocó, Timbaúba, Santa Cruz, Parnamirim e Granito.
“A implantação do IML é uma prioridade para nós, moradores do Sertão do Araripe. Precisamos pressionar o governo estadual para que essa demanda seja atendida com urgência, pois essa é uma questão de respeito e dignidade às nossas famílias enlutadas”, afirma a líder comunitária, Maria Santos.
O povo do Araripe também destaca a importância da atuação do Consórcio dos Prefeitos da região e da Associação dos Vereadores do Araripe (AVA) na mobilização por essa reivindicação. “Juntos, podemos ser a voz que clama pelo nosso povo na busca por essa melhoria tão essencial”.
