O advogado da família da menina Beatriz Angélica Mota, assassinada em dezembro de 2015 no Colégio Auxiliadora, em Petrolina, participou do Programa Carlos Britto, na Rural FM, hoje (29), e contou algumas novidades do caso, mostrando a perspectiva do lado da defesa. Jaime Badeca reforçou as denúncias feitas por Lucinha Mota, mãe de Beatriz, obtidas através de investigação particular, e disse acreditar que a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) não tem condições de elucidar o caso.
“Chegando a quatro anos sem elucidação e morosidade notória da investigação, a gente acredita que a Polícia de Pernambuco, apesar dos esforço, não tem condições de elucidar o caso. Diante do corporativismo, diante do compadrio, diante de relações familiares, diante de relações de amizade, ela não tem condições de elucidar o caso. Esse é o nosso sentimento”, afirma.
O advogado reforçou o que já tinha dito Lucinha Mota, de que alguns profissionais envolvidos na investigação estariam atrapalhando o andamento do caso. “Basicamente, perícias não foram feitas ou não foram concluídas, o que leva uma suposição de que os esforços empreendidos por todos aqueles profissionais dedicados à elucidação desse caso, em contrapartida sofreram algumas obstruções para o completo esclarecimento”, diz Badeca. “Com todo o aparato tecnológico que existe na atualidade não é concebível que um caso dessa magnitude continue ainda na sombra, escondido”, pontua o advogado.
Badeca explicou que o foco, neste momento, é a federalização do caso. “O foco do nosso trabalho é a federalização do Caso Beatriz. A própria Lucinha esteve com o governador Paulo Câmara e ele abriu um compromisso com ela de que, se essas informações que foram apresentadas tiverem procedência, ele seria o primeiro a pedir a federalização do caso. Essa é uma ajuda substancial que ele dará à causa”, explica. “Eu acredito que muitas coisas boas foram produzidas pela polícia, mas há um grande embaraço, uma névoa que precisa ser dissipada, pois a sociedade tem o direito de conhecer a verdade dos fatos”, pontuou.
Colégio
Segundo o advogado, o Colégio Auxiliadora não teria se aprofundado na colaboração do caso. “A gente entende que a própria escola não foi a fundo na colaboração”, diz. “Quanto à participação do colégio na cena do crime, é algo ainda remoto. Ainda não tenho elemento para acreditar na participação direta no crime, mas há um sentimento generalizado advindo das investigações oficiais e paralelas de que haveria omissões”, destacou. A escola, no entanto, já negou isso outras vezes.
Badeca citou lacunas que a investigação não teria dado importância, como perícias superficiais e uma reforma que teria sido feita em uma parte da unidade de ensino. Sobre o andamento do caso, após os documentos entregues por Lucinha Mota à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), no Recife, o advogado disse que os denunciantes devem ser ouvidos em breve, para que “se reforce o que foi escrito e se traga mais elementos e desdobramentos dessa denúncia. Logo que os denunciantes derem suas declarações, teremos informações mais detalhadas”, finalizou o advogado. A corregedoria da SDS já havia dito que vai apurar as denúncias. O Caso Beatriz segue sob sigilo. A entrevista completa no Programa Carlos Britto pode ser conferida acessando aqui.