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PMDB do Rio decide desembarcar do governo Dilma

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altDecisão foi comunicada a Michel Temer por Jorge Picciani, que preside legenda no estado.

Agência O Globo

RIO — Bastião governista até o início do mês, o PMDB do Rio resolveu retirar seu apoio à gestão Dilma Rousseff e pretende votar majoritariamente a favor do desembarque do partido do governo em reunião do diretório nacional marcada para a próxima terça-feira.

A decisão foi comunicada ao vice-presidente da República e presidente do partido, Michel Temer, nesta quarta-feira, pelo presidente do PMDB do Rio, deputado Jorge Picciani, que é presidente da Assembleia Legislativa (Alerj). Os dois se encontraram no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, onde foram visitar o governador Luiz Fernando Pezão, que foi diagnosticado com câncer.

O prefeito Eduardo Paes, que depende da parceria com o governo federal para as Olimpíadas, não deve comparecer à reunião. O Rio tem 12 integrantes no diretório nacional.

Enquanto seu pai pretende votar pelo desembarque, o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), eleito para o cargo com o apoio do Palácio do Planalto, deve ser contra. Nas últimas eleições, a família Picciani fez campanha para o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves (MG).

Até o vazamento da delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) e a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor na Polícia Federal, no início do mês, Jorge Picciani afirmava que “até o momento não havia crime de responsabilidade que justificasse um impeachment de Dilma”.

— Se todo mundo que for mal avaliado for tirado do governo, eu acho que hoje não fica nenhum governador e saem 4.900 dos 5 mil prefeitos — disse o presidente da Alerj em entrevista ao GLOBO, no dia 17 de fevereiro.

Já na ocasião, no entanto, ele defendia a candidatura própria do PMDB em 2018 e não se mostrava animado com uma possível volta de Lula.

Após a delação de Delcídio e a condução coercitiva de Lula, Jorge Picciani passou a dizer, em conversas reservadas, que o governo cairia nos próximos três meses.

Ele passou a duvidar da capacidade de reação do Palácio do Planalto e a afirmar que o PMDB do Senado, que tem sido o esteio do governo, não tem condições de segurar o processo de impeachment, caso ele seja aprovado pela Câmara.

— Água morro abaixo e fogo morro acima, ninguém segura — disse Jorge Picciani, em conversa com pessoas próximas.

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