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PIB brasileiro cresce 1,4% no segundo trimestre, puxado por indústria e serviços

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Foto: reprodução

Por Estadão

A economia brasileira continuou a mostrar força no segundo trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,4% na comparação com os três primeiros meses do ano. O número foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3.

O desempenho do PIB entre abril e junho veio dentro do esperado pelas projeções colhidas pelo Broadcast, cujo intervalo variava de alta de 0,4% a 1,6%, mas acima da mediana (0,9%). “É um resultado do PIB bom e com uma abertura interessante”, afirma Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências.

Na comparação com o mesmo período de 2023, a economia brasileira cresceu 3,3%. O número do primeiro trimestre deste ano foi revisado de alta de 0,8% para 1%.

Os números do segundo trimestre reforçam um cenário que vem sendo observado ao longo das últimas leituras do IBGE: a economia brasileira tem mostrado mais força do que o esperado pelos analistas. E a surpresa do segundo trimestre é reforçada porque os efeitos da tragédia do Rio Grande Sul foram superados de forma rápida.

Pelo lado da oferta, a abertura do PIB mostra um crescimento da indústria (1,8%) e do setor de serviços (1%). Com o resultado da safra concentrado no primeiro trimestre, a agropecuária recuou 2,3%. “É uma abertura interessante, principalmente pela força da indústria e do segmento de serviços”, afirma Alessandra.

Pelo lado da demanda, a formação bruta de capital fixo (investimentos) continuou a crescer – avançou 2,1%. O consumo da família (1,3%) e o consumo do governo (1,3%) também apresentaram resultados positivos. No setor externo, as importações subiram 7,6% – mostrando a força da economia brasileira- e as exportações subiram 1,4%.

No segundo trimestre, a taxa de investimento marcou 16,8% do PIB, resultado acima dos 16,4% observados no mesmo período de 2023. A taxa de poupança recuou para 16% do PIB, menos do que os 16,8% do segundo trimestre do ano passado.

A economia tem se beneficiado de um relevante impulso fiscal, com aumento real do salário mínimo, antecipação do 13º salários de aposentados e pagamento de precatórios no início do ano. É um estímulo que se soma à resiliência do mercado de trabalho – a taxa de desemprego caiu a 6,8% em julho e renda do trabalhador tem crescido.

“A demanda doméstica vem tendo um protagonismo no crescimento do PIB”, afirma Tatiana Pinheiro, economista-chefe de Brasil da Galapagos Capital. “Essa demanda é explicada pela política fiscal, com reajuste do mínimo, pagamento dos precatórios em atraso. No segundo trimestre, a economia realmente pegou, com crescimento do salário acima da inflação e a taxa de desemprego caindo.”

Também contribuiu para o resultado positivo o ciclo da queda da taxa básica de juros. Entre agosto do ano passado e maio de 2024, a Selic recuou de 13,75% ao ano para 10,50%. A queda dos juros contribui para tornar os empréstimos para famílias e empresas mais baratos.

“O segundo trimestre também consolidou uma indústria de transformação crescendo, apesar do Rio Grande do Sul, que concentra muitos setores, como móveis”, afirma Silvia Matos, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). “A recuperação da indústria é a boa notícia do ano e com (a retomada do) investimento.”

Na cena internacional, a economia dos Estados Unidos também tem mostrado mais força do que o esperado, o que, claro, ajuda o Brasil, sobretudo o setor industrial. No segundo trimestre, o PIB norte-americano cresceu 3% no ritmo anualizado, superando a leitura inicial e as expectativas dos analistas.

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