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PF desarticula bando que fraudava benefícios do INSS por fazendeiros e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais

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Quadrilha adulterava a documentação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

O Globo / Foto: reprodução

Uma organização criminosa que fraudava benefícios previdenciários foi desarticulada hoje (6), em Goiás, pela Operação Oruza, da Polícia Federal (PF). A quadrilha adulterava a documentação com declarações falsas emitidas por fazendeiros e sindicatos dos trabalhadores rurais.

As investigações começaram há cerca de dois anos a partir da identificação de fraudes em concessões de benefícios rurais para o pagamento de pensão por morte com recebimento dos valores retroativos. Estão sendo investigados oito sindicatos, cinco advogados, três servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), agenciadores, proprietários rurais, beneficiários e representantes legais.

“Chamou atenção dos investigadores o aumento de até dez vezes nos valores dos requerimentos para benefícios de pensão por morte com pagamentos retroativos nas cidades-alvo. As três agências investigadas teriam pago um montante de R$ 25 milhões em benefícios”, diz em nota PF.

Documentos falsificados

A investigação apurou ainda que a maioria das concessões estava centrada em um único servidor, que teria utilizado documentos falsificados, inclusive, certidões de nascimento e de óbito de pessoas inexistentes.

Cerca de 160 policiais federais estão cumprindo 113 mandados expedidos pela Justiça Federal de Uruaçu, município de Goiás, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 26 de busca e apreensão e 76  de condução coercitiva, nas cidades de Niquelândia, Padre Bernardo, Vila Propicio, Porangatu, Trombas, Montividiu do Norte, Mutunópolis, Colinas do Sul, Formoso, também em Goiás, e em Brasília, no Distrito Federal.

De acordo com a PF, as fraudes causaram prejuízos de aproximadamente R$ 5 milhões aos cofres da Previdência Social, considerando 67 benefícios analisados (atualizados até maio de 2016). A polícia estima que o prejuízo evitado é de R$ 10 milhões, considerando a expectativa de sobrevida das pessoas de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a maioridade.

O nome da operação, Oruza, é de origem grega e está relacionado à cultura do arroz, visto que os requerimentos de benefícios previdenciários indicavam essa atividade.

Entenda o esquema

  • Agenciador forjava documentos de pessoas fictícias ou sobre fatos que não aconteceram;
  • Falsos documentos iam para sindicatos rurais;
  • Sindicatos e fazendeiros emitiam declarações falsas sobre o trabalho das pessoas fictícias;
  • Com os documentos, integrantes faziam agendamentos no INSS;
  • Grupo procurava servidores envolvidos no esquema com ajuda de advogados;
  • Quando tinham pedido negado, entravam com ação usando documentos falsos;
  • Quadrilha se mudava de cidade anualmente para fugir da fiscalização;
  • INSS desconfiou da quantidade de benefícios e impediu desvio de R$ 10 milhões, diz PF;

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