Em manuscrito, dono da empresa falava em ‘destruir e-mails sondas’, o que a PF interpretou como destruição de provas.
O Globo
SÃO PAULO — A delegada da Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues, que conduz inquérito policial sobre o bilhete escrito pelo empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, dono da Construtora Norberto Odebrecht, no qual ele fala aos seus advogados a frase “destruir e-mails sondas”, deu prazo de 24h, nesta segunda-feira, para que lhe seja apresentado o original do bilhete. A PF já pediu o original do bilhete, mas a Odebrecht ainda não o entregou. Em entrevista ao GLOBO no dia 26 de junho, a advogada da Odebrecht, Dora Cavalcanti, disse que encaminhou o documento para a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná, para que a entidade avalie se houve quebra de prerrogativas do sigilo profissional entre os advogados e cliente no episódio.
A delegada apura se a frase escrita por Marcelo Odebrecht “destruir e-mails sondas” sugere “uma ordem/plano para destruição de provas no bojo da investigação criminal, fato sob apuração no presente Inquérito Policial”. O bilhete foi escrito por Odebrecht no dia 21 de junho e foi apreendido pelo delegado da PF, Eduardo Mauat, no dia seguinte, uma segunda-feira, alertado pela frase que indicava a destruição de provas. O delegado tirou cópia do documento e entregou o original aos advogados da Odebrecht.