O foco é reabrir serviços fechados nos últimos seis meses, adianta o secretário estadual de Saúde Iran Costa.
Do JC Online
Usuário, trabalhador e gestor do SUS não têm dúvidas: 2015 foi um ano difícil e cheio de retrocessos na saúde pública, em qualquer esfera de governo. A crise já constante do sistema, que trabalha com recursos insuficientes e nem sempre bem aplicados, mostrou-se bem mais grave, com atrasos de repasses, demissões, fechamento de leitos. Em Pernambuco, que teve sua rede estadual mais que triplicada nos cinco anos anteriores, com abertura de UPAs, UPAEs e hospitais metropolitanos, o cobertor ficou curto demais.
Além dos problemas já citados, amarga-se uma lista de obras não concluídas, herdadas do governo anterior, do mesmo partido político (PSB), entre elas reformas e construção de maternidades municipais, readequação da emergência do Hospital Getúlio Vargas e a ampliação do Hospital Agamenon Magalhães, assim como a abertura de novas UPAEs. No Recife, o Hospital da Mulher (foto) também ficou para 2016.
A única certeza é que o novo ano vai exigir muita luta e negociação para obter prioridade junto ao governo federal, do Estado e dos municípios. Na rede estadual, o ano começa com orçamento apertado, de R$ 4,2 bilhões, e o foco é reabrir serviços fechados nos últimos seis meses, adianta o secretário estadual de Saúde Iran Costa.
Já neste início de janeiro ele terá que apresentar à Promotoria da Saúde do Ministério Público Estadual um cronograma de reabertura de leitos de UTI. Falta regularizar totalmente a distribuição de medicamentos, liquidar a dívida com fornecedores e organizar melhor os encaminhamentos entre unidades do SUS, justamente num momento em que a demanda aumenta em razão das epidemias de dengue, chicungunya e de zika vírus, esta última acompanhada da microcefalia que afeta bebês.