Por Magno Martins
Após um tremendo mal-estar, fruto de uma decisão unilateral e surpreendente do novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dissolvendo o bloco formado pelo ex-presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), será eleita, hoje, finalmente, o restante dos dirigentes da Câmara. A bancada de Pernambuco volta a ter um espaço destacado.
Presidente nacional do PSL, o deputado Luciano Bivar assume a Primeira-Secretaria, cargo que na primeira votação estava destinado ao PT, representado pela deputada Marília Arraes. A Primeira-Secretaria é a Prefeitura da Casa, orçamento de R$ 6 bilhões, cobiça de todos os partidos. Já o deputado André de Paula, que foi líder do PSD na Câmara, passa a dar as cartas na Segunda Vice-presidência, enquanto a petista Marília Arraes toma as rédeas da Segunda Secretaria.
O atual presidente da Casa diz que o antigo, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não poderia ter validado o grupo de Baleia Rossi, de quem era aliado. O deputado do PP argumenta que houve perda de prazo. Aliados de Baleia afirmam que o sistema eletrônico de registro apresentou defeito e que isso causou o atraso.
Os blocos servem para dividir os cargos na Mesa. Antes do indeferimento do bloco, o grupo de Lira teria três titulares (além do próprio Lira na presidência) e o de Baleia, outros três.
Quando Lira indeferiu o bloco de Baleia Rossi, a votação para os cargos da Mesa já tinha sido realizada. Ele pode fazer a manobra porque os votos para presidente são apurados antes dos demais. E o eleito conduz a contagem dos outros postos. O motivo para a eleição ter sido adiada para hoje foi a reação dos partidos prejudicados pela atitude de Lira, considerada ditatorial pelo bloco de esquerda. A mais prejudicada, Marília chegou a dizer que perdeu a Primeira-Secretaria por força de um verdadeiro golpe.