Nos últimos meses, o setor de produção de leite e derivados de Pernambuco – que se espalha por 70 municípios do Agreste Meridional a partir de Garanhuns – vem apresentando um grande movimento de negócios que movimenta toda a cadeia produtiva do segmento que inclui produtores de leite, queijarias artesanais industriais e CDs de distribuição como há décadas não se observava.
O negócio a partir da produção de leite que chegou, em 2024 a 3,5 milhões de litros/dia é uma tradição da agropecuária pernambucana que ao longo de séculos foi construído pela criação de gado leiteiro, de corte, melhoramento genético e uma indústria cuja maior expressão foi a Companhia Industrial de Leite de Pernambuco (Cilpe), uma estatal que foi privatizada em 2000 e que foi referência na Região.
Novos decretos
O setor que movimenta 60 mil empregos voltou a crescer ano passado a partir de uma nova legislação que isentou praticamente toda a cadeia produtiva – a partir da compra do leite produzido no estado – mudou a realidade cadeia produtiva que passou a investir na melhoria de produção no campo, equipamentos de ordenha mecânica, ampliação das plantas industriais e instalação de pequenas indústrias nas queijarias e aumento de frota das indústrias para distribuição e captação de leite.
Mas isso não aconteceu por acaso. Na verdade, o bom momento decorrente de um conjunto de decretos escritos e aprovados a partir de um entendimento básico com o governo que começou no final de 2023 quando os representantes do setor pediram à governadora Raquel Lyra a revisão do sistema fiscal que o estado adotava.
Incentivos corretos
Na prática, estimulava a importação de leite, inclusive internacional, o que desestimulava a produção local que acabava sendo destinada à produção de queijo de coalho feito com leite cru, mas de curta duração na prateleira. (JC Online)