O governo federal vai disponibilizar uma linha de crédito de R$ 40 bilhões para ajudar as micro e pequenas empresas a pagarem os salários de seus funcionários durante a pandemia do novo coronavírus. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (27) e deve beneficiar 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de trabalhadores, segundo o Banco Central.
“É um programa de financiamento de salários para as pequenas e médias empresas”, disse o presidente Jair Bolsonaro, que fez o anúncio dessa medida junto com os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), Gustavo Montezano.
Roberto Campos Neto explicou que esta é uma linha de crédito emergencial destinada exclusivamente ao custeio das folhas de pagamento das micro e pequenas empresas, isto é, daquelas empresas que faturam de R$ 360 mil a R$ 10 milhões por ano. “Vai financiar até dois meses da folha de pagamento”, acrescentou Campos Neto, dizendo que serão liberados, portanto, R$ 20 bilhões por mês.
Esse financiamento, contudo, vai contemplar apenas os rendimentos de até dois salários mínimos. “Quem ganha um salário mínimo, vai ganhar um salário mínimo. Quem ganha dois salários mínimos, vai ganhar dois salários mínimos. Quem ganha três, vai ganhar dois. […] Se ganha cinco salários mínimos, vai ganhar dois. Complementar isso é uma decisão da empresa”, disse Campos Neto. Ele garantiu, por sua vez, que a faixa de até dois salários mínimos atende a maior parte dos funcionários das pequenas e médias empresas e pode beneficiar até 12,2 milhões de trabalhadores.
Garantias
O presidente do BC ainda assegurou que essa linha traz algumas garantias para o trabalhador, como a manutenção dos empregos. “Vai estar no contrato que essas empresas não podem demitir esses funcionários por dois meses”, ressaltou Campos Neto, dizendo que também está garantido o repasse de 100% do financiamento para os trabalhadores. “O dinheiro vai direto para a conta do funcionário. Não passa pela empresa. A empresa fica só com a dívida”, contou. (Fonte: Correio Braziliense)