Por Renato Riella*
O formato “Jornalismo” acabou. Xô, notícia!
Pobre dos que estiverem nessa área – se ainda houver este curso. Mas existe imenso mundo na Comunicação – fora do falido Jornalismo.
As oportunidades estão abertas para quem produzir informação correta, aprofundada, dirigida a grupos sociais definidos.
E o manejo criativo do digital é fundamental, avançando mais – e mais – e mais… Tente todos os meios, sem medo. Você pode!
Saiba que o profissional de hoje passa a trabalhar sem emprego, em home office, com remunerações por hora ou por produção.
É ridículo insistir no velho formato de noticiarista.
E é ridículo tentar ser analista político ou econômico, com abertura de 360 graus, querendo convencer a totalidade da sociedade com um só discurso professoral de esquerda. Coitados!
O público (valiosíssimo) do Safadão tem interesses legítimos muito diferentes do público que Marisa Monte domina (apenas para dar dois ótimos cortes musicais).
Os gaúchos pensam diferente dos goianos – imagine os baianos! Homens e mulheres tendem a buscar comunicação diferenciada. Isso sem contar gays, negros politizados e outros.
E os felizardos, que têm a cabeça vazia de conteúdo, são meramente consumistas. Adoram comunicação na linha politicamente incorreta (nunca adorarão a chata da Miriam Leitão).
Lembrem: antigamente havia somente uma tela de TV para toda a família. Hoje cada pessoa tem a sua pequena tela no celular, focada na Comunicação de interesse individual. A maioria dos jovens nem sabe o que é Jornal Nacional.
Filho e mãe se amam, mas não compartilham informação…
Falei com uma professora de Jornalismo, que respeito muito. Vive repleta de preocupação com o futuro dessa nobre missão.
Disse a ela: se vocês continuarem formando generalistas da informação, estão empurrando essas pessoas para um abismo crescente.
Perguntou:”E assessoria de imprensa?!
Ora, pra quê assessoria de imprensa, se não existe mais imprensa? Se as redações viraram bunkers da informação ideológica…
Vejam alguns exemplos. No mundo dos mailings, dos bancos de dados, quando a Caesb anuncia corte de água em Planaltina, é obrigada a divulgar na Globo, para três milhões de pessoas.
Por que não fazer uma Comunicação dirigida, somente para o público da região?
No entanto, hoje, quando a gente convida para uma missa de sétimo dia, não botamos mais anúncio no Correio Braziliense. Enviamos comunicado direto ao nosso imenso público pessoal.
Pelo visto, somos mais competentes do que a Caesb.
E assim segue o bonde. Como depoimento pessoal, afirmo: aos 72 anos, nem dou conta de apresentar propostas aos possíveis clientes.
Ambientes sociais diversos pedem minha ajuda, nem sempre disponível. Pena! Desculpem! Foi mal!
Sempre tive a obsessão de ser vanguarda. E estou lá na frente, sem nem pagar as mensalidades do Sindicato dos Jornalistas.
Na verdade, virei Vice-Presidente de Marketing do Sindicato da Tecnologia do DF (Sinfor) – sem saber desenvolver nenhum programa.
Desenvolvo Comunicação, que vale ouro – praticamente sem releases.
Meus clientes, quando me contratam de boca, sabem que vou adaptar minha Comunicação à linguagem dos seus mundos e dos seus interesses.
Em muitos casos, faço marketing de crise, socorrendo pessoas ou instituições que não sabem como se comportar em situações inusitadas.
Na verdade, o jornalista não precisa ser especializado. Deve ter o dom de adaptar a linguagem ao público que buscar acessar.
Meu primeiro chefe de reportagem, Lins, me deu ótima lição. Segundo ele, importante é saber perguntar. Perguntando bem, você capta tudo.
Claro que é preciso também ter boa redação – clara e correta.
Eu nunca teria prazer de ser um Gabeira – hoje engajado e decadente.
Os que compram produto de Comunicação para seus imensos grupos sabem que adapto minha linguagem aos seus legítimos propósitos.
Nunca lembro que existe Queiroz ou Lula – ambos incapazes de arranhar o PIB. Só a GloboNews adora esses dois personagens – e está quebrando por isso.
Há um imenso mercado para quem consegue fazer Comunicação útil, construtiva, aplicável às novas condições de vida do mundo.
Não existe crise. Existe crise de formação. O profissional recém-formado não pode ser retrógrado.
Surge muito trabalho nas áreas que frequento. Quem souber realizar o necessário, com mínima qualidade, pode ganhar dinheiro – mas tem de garimpar.
O Jornalismo com abertura de 360 graus está definhando. Vai morrer.
Breve, breve, teremos Comunicação com corte vertical, até na TV. Fará sucesso o profissional que tiver visão de empreendedor na mídia.
Num plano nacional, a BandNews começa a descobrir isso, ao criar uma TV Agro.
A Globo está chegando tarde a este imenso nicho.
Sente o fogo chegar e não corre – nem busca o extintor.
*Jornalista