Amigo de Lula, o presidente do Peru sofreu impeachment nesta quarta-feira, 7, depois de anunciar que iria dissolver o Congresso
O presidente do Peru, Pedro Castillo, foi preso na tarde desta quarta-feira, 7, depois de anunciar que iria dissolver o Congresso Nacional, instituir um “governo de exceção”, convocar novas eleições e mudar a Constituição do país. Opositores classificam a ação como golpe.
O jornal La Republica informou que Castillo foi levado por policiais até uma delegacia em Lima, capital do país.
Nesta tarde, o Congresso do Peru aprovou, por 101 votos, o impeachment de Castillo. Até a publicação desta reportagem, estava ocorrendo a posse da então vice-presidente, Dina Boluarte, como nova presidente do país.
Segundo o jornal El Comercio, Castillo e a primeira-dama, Lilia Paredes, foram vistos arrumando as malas momentos antes da prisão do presidente peruano. Eles pretendiam deixar a capital, segundo o periódico.
A dissolução do Parlamento foi denunciada como “golpe de Estado” por Francisco Morales, presidente do Tribunal Constitucional do Peru (equivalente ao Supremo Tribunal Federal brasileiro), pelo ex-presidente Ollanta Humala e pela atual vice-presidente, Dina Boluarte.
Em comunicado à emissora Canal N, Morales pediu às Forças Armadas do Peru que “restaurassem a ordem constitucional” no país.
Amigo de Lula
Acusado pelos peruanos de promover um golpe de Estado, Castillo disse em novembro que foi convidado diretamente pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para comparecer à posse do petista.
Há um mês, o peruano conversou por telefone com Lula. Na ocasião, Castillo parabenizou o petista pela vitória no segundo turno e pelo “propósito de fortalecer a democracia”. “Como parte desta conversa, agradeço seu convite pessoal para participar de sua cerimônia de posse”, redigiu, no Twitter.
Os convites formais para a posse são feitos pelo Itamaraty, que os encaminha às embaixadas de todos os países com os quais mantém relações diplomáticas.