Candidato derrotado ao Planalto, Ciro Gomes (PDT) vai acatar integralmente a decisão do seu partido, o PDT, segundo declarou Carlos Lupi, presidente nacional da legenda. Ciro também não deve viajar para o exterior até o segundo turno das eleições, como fez em 2018, quando seguiu para Paris. O partido em reunião híbrida, coordenada por Lupi em Brasília nesta manhã, confirmou por unanimidade o apoio irrestrito do partido no segundo turno ao candidato do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na corrida presidencial desse ano.
Mesmo com o apoio oficial do PDT, analistas acreditam que será pouco provável que Ciro venha a subir nos palanques do petista no segundo turno. Mas, segundo Lupi, as rusgas da campanha são situações normais da política. O dirigente lembrou ter vivido isso na eleição de 1989, quando o candidato do partido, Leonel Brizola, declarou à época que “Nós vamos ter que engolir o sapo barbudo”, em relação ao apoio do partido no segundo turno ao petista contra Fernando Collor de Mello, do PRN.
Lupi fez ainda uma comparação entre Lula e Bolsonaro: “Duas personalidades completamente diferentes, de um lado está o Lula que é um democrata, de outro um aspirante a ditador, que é o Bolsonaro”, disse.
No domingo à noite, ao lado dos filhos e da mulher, Ciro fez um pronunciamento onde afirmou que o “país segue para um rumo perigosíssimo”, mas pediu mais tempo para pensar sobre a questão. Ciro participou da reunião do PDT de forma remota, mas não participou da coletiva de imprensa de agora há pouco. Até o momento, não realizou nenhuma declaração sobre como será o apoio a Lula. Está prevista uma declaração nas redes sociais ainda nesta tarde.
O PDT informou que deve apresentar quatro projetos da campanha de Ciro Gomes para serem avaliados e incorporados ao programa de governo de Lula. Eles são o projeto de renda mínima de R$ 1.000; a proposta de renegociação das dívidas dos brasileiros incluídos no SPC; a ampliação das escolas de ensino integral; e o Código Brasileiro do Trabalho.