Disputamos com 120 projetos e ganhamos em primeiro lugar”, comemorou um dos alunos
SEI / Foto: divulgação
A possibilidade de usar a tecnologia como arma para enfrentar o mosquito transmissor de arboviroses motivou um grupo de alunos da Rede Estadual a desenvolver o aplicativo “Caça ao Aedes em Jardim Brasil”, que vem acumulando premiações, inclusive em eventos internacionais, pela sua funcionalidade e envolvimento social. Impressionado com o talento e o engajamento desses jovens, o governador Paulo Câmara fez questão de recebê-los, ontem, no Palácio do Campo das Princesas, para parabenizá-los pela iniciativa que levou o primeiro lugar da Teccien Schoenst – feira internacional realizada no Paraguai, em 2016.
O resultado levará o grupo da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Desembargador Renato Fonseca a apresentar o app no Fórum Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mérida, no México. “São alunos que nos orgulham, pois se dedicaram e viram, a partir do conhecimento, condições de ajudar. Com isso, percebemos que a educação de Pernambuco está no caminho correto: produzindo tantos talentos que têm a consciência de ajudar o próximo e, ao mesmo tempo, saber que com seu exemplo é possível alcançar sonhos e realizar os objetivos de sua vida”, destacou Paulo.
O aplicativo, criado por um grupo de oito pessoas, serve como ponto de denúncia para a comunidade de Jardim Brasil, relatando locais de possíveis focos e trazendo informações sobre microcefalia, sintomas das doenças causadas pelo Aedes aegypti, além de dar dicas de prevenção. O app está disponível para usuários do sistema Android, através do Google Play Store. (link goo.gl/3rdVeE). Todos os casos denunciados no aplicativo são supervisionados pelos estudantes e, sempre que possível, solucionados com mutirões de limpeza realizados por eles próprios.
O secretário de Educação, Fred Amâncio, registrou que o Governo de Pernambuco tem apoiado a iniciativa de desenvolvimento de projetos e pesquisas científicas nas escolas. “Nós queremos que os alunos desenvolvam esses projetos em todas as escolas, principalmente quando o trabalho é voltado para a comunidade e participem das feiras. Mas o mais importante é que isso está sendo desenvolvido no dia a dia das escolas. O prêmio é uma consequência desse trabalho”, pontuou.
Durante o encontro, no Palácio do Campo das Princesas, Jeovani Cipriano, aluno idealizador do projeto, contou como surgiu a ideia da plataforma. “Muitos moradores da nossa comunidade ligavam para a escola para denunciar focos do mosquito, então decidimos criar o aplicativo para facilitar essas informações”, relatou, complementando que o dispositivo pode ser utilizado em todo território nacional, por meio de um GPS que está incorporado à plataforma. “Fomos a única equipe do Brasil que foi à cidade de Assunção. Disputamos com 120 projetos e ganhamos em primeiro lugar”, comemorou Jeovani.
Integrante do grupo criador do aplicativo, Ingrid Rodrigues destacou que a escola deu todo o suporte necessário para que a plataforma virasse realidade. “A nossa escola sempre nos forneceu espaço para trabalharmos e os professores investiam o tempo que tinham. Foi uma conquista maravilhosa para a nossa equipe”, afirmou Ingrid.
PROJETO – Também durante o encontro, outro grupo de alunos da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Desembargador Renato Fonseca, Joel Matheus e Andrey Albuquerque, apresentaram o projeto “Alagou onde há Lagoas” ao governador Paulo Câmara. Para competir a mais um prêmio, o trabalho, criado em 2014 por um grupo de dez alunos, já é bicampeão do Ciência Jovem e será levado pelos estudantes, no próximo mês de agosto, ao Fórum Internacional do Chile, que será realizado na capital, Santiago. O projeto visa mapear os possíveis pontos de alagamento no bairro de Jardim Brasil e incentivar a educação ambiental e analisar a qualidade de água como fator de risco à saúde da população.