O governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que vai solicitar oficialmente nesta segunda-feira (7) uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Vou pedir ainda hoje uma audiência com o presidente da República para discutir Pernambuco. Quero ter condições de ainda no mês de janeiro mostrar o que a gente precisa e em que Pernambuco pode contribuir com o governo federal”, disse o socialista em entrevista exibida na TV Globo.
Vice-presidente nacional do PSB, partido de oposição a Bolsonaro, Paulo Câmara enfatizou: “a eleição passou, acabou”. Ele pregou uma relação institucional com o presidente.
“Vou buscar, como governador, conversar com o governo federal, mostrar nossos projetos e a importância de terminar obras como a Adutora do Agreste e de começar outras, como as adutoras que vão levar água para o Sertão. Mostrar a importância de ter um olhar especial para a região Nordeste, que foi a mais afetada por essa crise”, afirmou. “Vamos fazer isso com muita institucionalidade, muito espírito público, pé no chão, serenidade”.
Paulo Câmara citou como exemplo de área em que seria necessário fazer parceria com a União a de segurança pública.
De acordo com o governador, o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, já esteve com o novo ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para conversar sobre o Pacto pela Vida, programa implantado em 2007, no início da gestão de Eduardo Campos (PSB), para reduzir o número de homicídios. Nos primeiros anos do governo Paulo Câmara, houve um crescimento do índice de assassinatos no Estado, que voltou a diminuir nos últimos meses.
Discurso de oposição
O discurso de posse do socialista, na última terça-feira (1º), foi interpretado no meio político como um recado a Bolsonaro, em que ele falou sobre o papel de oposição. Já na quarta-feira (2), na posse do novo secretariado, e no sábado (5), na primeira reunião com os auxiliares, Paulo Câmara apontou a necessidade de buscar recursos em Brasília.
A campanha dele no ano passado foi marcada por acusações ao então presidente, Michel Temer (MDB), de perseguir o Estado e não enviar recursos.
Paulo Câmara foi reeleito com o apoio do PT de Lula e Fernando Haddad. No Nordeste, os petistas elegeram aliados em todos os estados.