A ministra Ana Arraes não disse sim nem não. Mas tem recebido apelos do PSB do interior e outros Estados.
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Antes mesmo dos resultados das urnas, neste domingo (30), uma parte do PSB de Pernambuco e até de fora do Estado já começa a pedir a volta de Ana Arraes à política. Ela é ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) e mãe do falecido Eduardo Campos – ex-governador de Pernambuco e ex-presidente nacional do PSB que faleceu em meio à sua campanha presidencial, em 2014. Ano que vem, Ana Arraes vai completar 70 anos e por lei pode ficar no TCU, onde entrou em 2011, por mais cinco anos. Mas há socialistas pedindo sua volta à política, a fim de reunificar o PSB, atualmente com várias rachaduras internas em Pernambuco e também na relação com a sigla em São Paulo.
A ministra não disse sim nem não. Mas tem recebido apelos do PSB do interior e outros Estados, como Ceará e Paraná, para que se aposente do TCU em 2017 e volte à política.
Ela tem interlocução com o PSB e o PSDB nacionais e ainda envergadura para tentar encerrar a divisão interna local entre os grupos do senador Fernando Bezerra Coelho e o do governador Paulo Câmara e prefeito do Recife, Geraldo Julio. Ela é uma voz, ainda, para lidar com o rebelde Antônio Campos, outro filho seu e que é candidato em Olinda. Após ficar sem apoios da viúva e do filho de Eduardo, João Campos e Renata Campos, Antônio tem se queixado publicamente da falta de apoio integral do partido e promete atritos no PSB, caso perca nas urnas neste domingo.
Com a sua volta, Ana Arraes poderia ter repercussão na chapa de 2018 em Pernambuco e nacionalmente, seja como quadro à disposição de uma missão partidária ou só na composição política. E poderia voltar na renovação da executiva nacional, em novembro de 2017. Seria o retorno de um Arraes ao topo do PSB. Isso se ela aceitar o chamado.
GESTOS DE ALCKMIN
Ana Arraes seria a razão da deferência do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a Antônio Campos. Alckmin e o prefeito eleito de São Paulo, João Dória, gravaram vídeos para Campos (foto) e não para Geraldo. Com interlocução nacional, Campos tem dito que, eleito ou não, segue na política.
RISCO DE “DR”
Se Campos vencer hoje, dará trabalho por demandar recursos estaduais para sua gestão. Se perder, vai querer uma “DR” (discutir relação) com socialistas que teriam jogado contra seu projeto em Olinda.
PLANOS NO TCU
Já José Múcio, também ministro do TCU, deixa claro para quem quiser ouvir: não tem plano de voltar à política em 2018. É o contrário: pelo acordo de revezamento do TCU, Múcio será presidente do Tribunal lá em 2018.