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Para onde vão os 2,5 mil demitidos de fábrica fechada em Pernambuco?

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Foto: reprodução

Eventualmente possa ser que sejam aproveitados em plantas como a Petroquímica de Suape e a refinaria Abreu e Lima

O fechamento da Antiga Coperbo (hoje chamada Arlanxeo), no Cabo de Santo Agostinho, com a demissão em massa de cerca de 2,5 mil trabalhadores – por mais que socialmente indesejada, é uma espécie de limão a ser transformado em limonada.

O secretário de Desenvolvimento do Cabo, Inaldo Campelo, por exemplo, em contato com a coluna eletrônica, defende a união de sindicalistas e autoridades estaduais para a busca de alternativas pós encerramento das atividades da fabricante de borracha sintética.

“Nos advogamos que a luta não para! Podemos nos inspirar na resposta que a Bahia deu ao fechamento da Ford. Todo o Estado se articulou, o governo da Bahia foi ao presidente Lula e juntos eles foram buscar uma montadora para o lugar da Ford. Assim chegou a BYD por lá. Essa pode ser a resposta a ser dada, com a sintonia de todos”, assinala.

“Trata-se de uma área estratégica, os árabes podem vender a posição deles, nos apostamos nisto, usando toda a estrutura que já está montada aqui. O que não podemos é ficar parados, buscando alternativas para a planta local. Temos um ministro da Indústria do Brasil (Geraldo Alckmin) sensível a este tipo de problema, além do próprio presidente Lula”

“Quanto ao fechamento em si, não há o que fazer, é um processo natural. Empresas privadas visam o lucro, não o social. A empresa foi bastante educada com os colaboradores e prometeu limpar toda a área, já que lidam com processos químicos”, disse.

“A situação da antiga Coperbo agora nos lembrou a Brahma (bebidas), que não existe mais no Cabo. A empresa foi se instalar em Igarassu, com uma planta cinco vezes maior (no caso, Igarassu tem oferta abundante de água para a produção). Assim, no curto prazo, o que podemos fazer é colocar os trabalhadores no banco de talentos, para que eventualmente possam ser aproveitados em plantas como a Petroquímica de Suape e a refinaria Abreu e Lima, em expansão”, explicou.

De cemitérios e maternidades

O ex-senador Sérgio Guerra, ex-secretário de Indústria e Comércio do governo Miguel Arraes, era conhecido por duas coisas: o caráter e a verve afiada. Arraes era contra a oferta de incentivos fiscais e no auge da guerra fiscal entre os estados do Nordeste, Pernambuco deixou de atrair ou perdeu vários projetos. Um deles que eu noticiei em primeira mão foi a antiga fábrica da Bacardi, na bacia do Pina, cujo terreno hoje abriga um centro de compras.

“Não podemos visitar apenas cemitérios, de vez em quando temos que visitar a maternidade”, era o comentário sagaz. Empresas morrem, outras nascem. Cabe aos sindicatos e autoridades focar no passado ou no futuro, construído sempre no tempo presente. (Blog do Jamildo)

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