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Papa canoniza Irmã Dulce, a primeira santa brasileira

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Além de Dulce, foram canonizados outros quatro beatos: o britânico John Henry Newman (1801-1890), a italiana Giuseppina Vannini (1859 -1911), a indiana Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan (1876 -1926) e a suíça Marguerite Bays (1876 -1926).

A cerimônia solene foi realizada na praça de São Pedro com a presença de numerosos bispos, arcebispos e cardeais, além de vários religiosos e missionários brasileiros que participam do Sínodo para a Amazônia, ao longo de outubro no Vaticano.

A celebração ainda foi assistida por autoridades dos cinco países, entre eles o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e o presidente da Itália, Sergio Mattarella. O Brasil é representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, depois de o presidente Jair Bolsonaro ter alegado problemas de agenda para não viajar a Roma.

Também foram à cerimônia os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, o procurador-geral da República, Augusto Aras, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o ex-presidente José Sarney, que foi um político muito próximo de Irmã Dulce.

A missa teve início por volta das 10h (horário local), com uma liturgia específica para canonizações. O cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, leu uma biografia dos cinco beatos, que em seguida foram declarados santos por Francisco.

“Anjo bom da Bahia”

Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, agora chamada Santa Dulce dos Pobres, nasceu em 1914 em Salvador, na Bahia, e dedicou sua vida a servir os pobres e os necessitados.

Após completar seus estudos superiores, ela ingressou na vida religiosa como noviça na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, ligada à Ordem dos Frades Menores, servindo como enfermeira e professora.

Em Salvador, desenvolveu um intenso trabalho social, tendo fundado hospitais de caridade e construído uma das maiores obras de assistência social gratuita do país. Conhecida como “anjo bom da Bahia”, ela morreu em 1992, aos 77 anos.

“Irmã Dulce concretizou plenamente a sua ação caritativa com a fundação de uma associação de obras sociais e a construção de uma casa de acolhimento, o ‘Albergue Santo Antônio'”, diz o livreto sobre a cerimônia deste domingo.

“Sua caridade era maternal, carinhosa. A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto recebia forças e recursos para dar vida a uma maravilhosa atividade de serviço aos últimos.”

O processo para a sua canonização teve início em janeiro de 2000, e seu primeiro milagre foi reconhecido em 2003 pelo Vaticano, durante o papado de João Paulo 2º.

Em 2001, orações em nome de Irmã Dulce teriam feito parar uma hemorragia em uma mulher na cidade de Itabaiana, em Sergipe. À época, Claudia Cristina dos Santos padecia há horas após dar à luz seu segundo filho.

Em 2009, Dulce recebeu o título de Venerável do papa Bento 16, tornando-se “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”. Em 2001, foi beatificada em uma cerimônia religiosa em Salvador.

Seu segundo milagre teria ocorrido em 2014, com a cura instantânea da cegueira do professor de música Jose Maurício Bragança Moreira, após 14 anos sem enxergar. Ele também participou da cerimônia neste domingo.

Na ocasião, sofrendo de conjuntivite e dor aguda nos olhos, o paciente teria clamado a Irmã Dulce por uma solução e, no dia seguinte, teria voltado a enxergar. Foi a ratificação desse milagre que permitiu a canonização da baiana.

Terra.com

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