Por Claúdio Humberto
As informações dadas pelo ex-ministro Antonio Palocci à CPI do BNDES, ontem, revelaram a sofisticação do esquema envolvendo a Presidência da República, o BNDES e o repasse de propina pela Odebrecht ao PT durante o governo Lula.
De acordo com Palocci, a nota de risco da economia de Angola foi reduzida artificialmente e por influência do governo para viabilizar empréstimos ainda mais vultosos do banco de fomento à empreiteira baiana para obras naquele país.
Em números, o ex-ministro revelou que os financiamentos passaram de cerca de R$ 600 milhões para R$ 1 bilhão, aumento de 66,6%, com o PT recebendo cerca de R$ 60 milhões.
As informações levantam suspeitas ainda maiores sobre as razões de a reunião da CPI do BNDES ter sido secreta, sem registro de áudio, vídeo ou texto, muito menos divulgação para a população.
Oficialmente, o BNDES nega erros de procedimentos na concessão de linhas de crédito e que as decisões se adequavam à política do governo da época de internacionalizar empresas brasileiras.
A comissão de inquérito, criada para investigar os financiamentos do banco de desenvolvimento brasileiro para obras no exterior, já conseguiu informações sobre irregularidades em empréstimos para obras em Angola, Cuba e Venezuela.
Ontem mesmo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prorrogou os trabalhos da CPI por mais 60 dias.