Autor do Projeto de Lei 1.125, que deu origem a Lei 9.060 de junho de 2015, que criou a Ferrovia Transnordestina, o ex-deputado Gonzaga Patriota (PSB) lamenta o imbróglio causado nos últimos anos envolvendo o trecho Salgueiro-Suape, peça fundamental para o desenvolvimento de Pernambuco.
Em entrevista exclusiva à Folha, Patriota garante que, independente da demora e polêmicas envolvendo o trecho pernambucano, será cumprida a legislação. “Vai ser feita a Transnordestina para Suape, Pecém, Piauí e Bahia porque é o que determina a lei e não se pode simplesmente desmanchar o que está na lei”, explica o autor do projeto que deu origem a Transnordestina.
Ele complementa dizendo: “Quero tranquilizar os pernambucanos que a Transnordestina vai sair de Salgueiro para Suape, até porque já foram investidos mais de R$3 bilhões para isso. Não sei quando sairá, mas há dinheiro para isso, seja do próprio orçamento ou por Parceria Público-Privada, uma vez que com a aprovação da Reforma Tributária, investidores não faltarão para entrar junto com o Governo Federal na conclusão desse projeto”.
Nos últimos anos, sob o Governo do ex-presidente Bolsonaro, o trecho de Salgueiro até Suape enfrentou ameaças e distrato com a concessionária TSLA que causaram atrasos em sua conclusão. Mas até o fim deste mês, o cenário promete mudar com o aporte da União na conclusão do trecho.
De acordo com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em breve serão anunciados dentro do Plano Nacional de Investimentos (PNI) novos aportes para a conclusão do trecho, orçado em R$ 5 bilhões. Segundo o ministro, o PNI é um pacote que investimentos na segurança hídrica, transporte, ferrovia, aeroportos, portos, habitação e saúde do País.
“São quase R$ 80 bilhões só da União, mas também vem muita parceria público-privada”, adiantou Góes quando esteve na capital pernambucana para a posse de Danilo Cabral na superintendência da Sudene, semana passada.
Hoje, o ministro retorna ao Estado. Desta vez, para Salgueiro, onde vai religar um conjunto de motobombas da Estação de Bombeamento 3 (EBI-3), que integra o Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco, parado desde janeiro para manutenção na estrutura que apresentou diversas rachaduras.