O voto da oposição em Uchoa representa, na prática, um posicionamento contra a hegemonia do PSB, que detém o Governo do Estado,
Se lançar um candidato próprio à Presidência da Assembleia Legislativa amparando-se na tese da proporcionalidade, o PSB levará o bloco da oposição, hoje formado por 13 parlamentares, a votar em peso no presidente Guilherme Uchoa (PDT), em campanha para emplacar o quinto mandato no comando da Casa.
Hoje, mesmo com o PSB disputando em faixa própria, Uchoa teria entre 30 a 32 votos entre os 49 deputados, segundo avaliam parlamentares da oposição. Numa conversa com jornalistas pernambucanos em Brasília, após receber o cargo de ministro de Desenvolvimento do antecessor Mauro Borges, Armando mandou um recado para sua bancada.
O PTB, partido que controla no Estado, tem seis deputados, a maior bancada de oposição. “Espero que a bancada tenha juízo”, alertou Armando. Para um bom entendedor, o ministro quis dizer que o voto mais ajuizado é pela reeleição de Uchoa, mesmo tendo no passado divergido dele por não concordar com a tese da reeleição.
O voto da oposição em Uchoa representa, na prática, um posicionamento contra a hegemonia do PSB, que detém o Governo do Estado, o controle da Prefeitura do Recife e da presidência da Câmara de Vereadores da capital. “Não queremos o PSB também mandando na Assembleia”, diz o líder da oposição, Silvio Costa Filho.
Reunida na última segunda-feira, a bancada do PSB, que tem 15 deputados na Casa, fechou questão em cima da tese da proporcionalidade, sustentada na defesa de que o cargo de presidente deve ser ocupado pelo partido majoritário no Legislativo. Entre os nomes que se falam para entrar na disputa está o de Waldemar Borges.
Não é um candidato que detenha sequer a simpatia da sua própria bancada e por isso mesmo considerado frágil numa disputa com Uchoa. Quando líder do Governo Eduardo na Casa, Borges atuou de sapato alto, não construiu um lastro que viesse a lhe dar sustentação para uma disputa tão difícil.
Assim, para os oposicionistas, se o governador Paulo Câmara avalizar a candidatura de Borges, jogando Uchoa na jaula dos leões, cometerá um erro político estratégico: não conseguirá derrotar o atual presidente nem tampouco ficará como padrinho da sua vitória, dada como certa.