O senador Jorge Kajuru (Cidadania) se reuniu nesta sexta-feira, 26, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Democratas), e outros dois senadores para conversar sobre o pedido de impeachment protocolado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Além do pedido, os senadores entregaram nas mãos de Pacheco um abaixo-assinado com mais de 3 milhões de adeptos pedindo a derrubada de Moraes. “Pela primeira vez na história do Senado Federal um presidente aceitou receber pessoalmente um impeachment”, afirmou o senador. Segundo ele, Pacheco perguntou pareceu independente em relação ao STF e deu sinais de que faria a pauta ser discutida no Senado. “Ele demonstrou a nós, a mim, ao Girão e ao Styvenson, que ele vai colocar para o plenário decidir. No mínimo ele vai lavar as mãos e colocar a bomba em nossa mão e cada um vai colocar a sua digital: eu sou contra ou a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes? Ou seja, ‘eu tenho ou não rabo preso com ele e outros ministros do Supremo?’”, disse Kajuru, entrevistado pelo programa “Os Pingos Nos Is” . O senador afirmou que Pacheco pediu um tempo para analisar a pauta por causa da situação atual da pandemia no país, mas garantiu que o grupo cobraria um posicionamento sobre a colocação do assunto em debate até o mês de maio.
Segundo Kajuru, Pacheco deu a opinião dele sobre o STF e disse acreditar que aqueles ministros mais novos deveriam ter um tempo estipulado de mandato. Atualmente, a aposentadoria compulsória dos ministros ocorre aos 75 anos. “Para ele, como presidente do Senado, a gente deveria discutir o tempo de mandato de ministros, que para ele no máximo deveria ser 12 anos dependendo da idade do ministro”, afirmou. Questões em torno das decisões penais da Corte também teriam sido discutidas na conversa. “Ele acha que o Senado deveria, sem revanchismos, evidentemente, definir os limites do Supremo Tribunal Federal. Ou seja, até que página pode ir o STF. Para ele, questões penais deveriam ser decididas no STJ, e não chegarem ao STF, ao Supremo Tribunal Federal”, pontuou.
Na reunião, o presidente do Senado teria perguntado sobre a possibilidade de Kajuru entrar com pedidos de impeachment contra outros ministros do STF. “Vamos de um por vez, porque um já é difícil. Eu sei que o Brasil quer o impeachment de outros ministros do Supremo Tribunal Federal, mas vamos por vez”, disse o entrevistado. O senador do Cidadania afirmou que a pressão recebida pelo presidente da Casa é intensa, e que teria vindo até mesmo por parte do STF. “Inclusive, o Alexandre de Moraes ligou para ele para tentar convencê-lo a impedir o encontro comigo e outros senadores e a entrega do pedido de impeachment”, revelou Kajuru, ressaltando que até mesmo senadores investigados pelo STF devem repensar sobre a votação.